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Justiça quer saber se homem que atropelou Luisa Baptista estava bêbado

A Justiça de São Carlos (SP) acatou pedido da triatleta Luisa Baptista e determinou que o motociclista Nayn José Sales, que a atropelou em dezembro do ano passado, seja proibido de manter contato com ela. Ele também não pode deixar a comarca sem autorização judicial.

Na mesma decisão, o juiz André Luiz de Macedo solicita imagens de câmera de segurança para entender se Nayn dirigia na contramão, exames de sangue, para saber se ele havia consumido drogas ou álcool, e que seja realizada perícia para saber se ele pilotava a moto em alta velocidade.

Nayn não constituiu defesa e não respondeu tentativa de contato da reportagem pelas redes sociais. O espaço para ouvi-lo está aberto e o texto será atualizado se isso acontecer.

O acidente aconteceu na antevéspera do Natal e Luisa, que agora assumiu sua representação formal, pediu à Justiça que Sales, de 27 anos, seja indiciado por tentativa de homicídio por dolo eventual, que é quando alguém adota uma conduta perigosa, assumindo o risco de produzir um dano.

O homem pilotava uma moto quando se chocou contra a bicicleta que Luisa pedalava no começo da manhã de 23 de dezembro. À polícia, ele disse que havia participado de uma festa open bar até por volta das 4h30, mas que não havia ingerido bebidas alcóolicas.

Afirmou ainda que dormiu até 6h50 e saiu para trabalhar, de moto, apesar de nunca ter tido carteira de habilitação. Só nesta segunda-feira (20) a Justiça determinou que a Santa Casa de São Carlos seja oficiada para encaminhar o prontuário médico de Nayn, acompanhado de exame toxicológico e de alcoolemia.

Como ele também se machucou no acidente e foi atendido no hospital, passou por esses exames, que até aqui não foram juntados aos autos.

Em depoimento, Nayn disse que não sabe se cochilou no momento do acidente, uma vez que havia dormido muito pouco. A Justiça agora quer saber se ele vinha na mesma direção de Luisa, como alega, ou se na contramão, que é o que afirmam testemunhas. O choque, de acordo com médicos que atenderam a triatleta, foi frontal.

Quase cinco meses após o acidente, porém, essa informação não faz parte do processo. Por isso, nesta segunda, a Justiça determinou a solicitação de câmeras de segurança de locais próximos, um laudo médico de Luisa para constatar a natureza das lesões sofridas por ela, e detalhes sobre a festa Open Bar na qual Nayn estava antes do acidente.

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Imagens obtidas pela família de Luisa mostram ela passando por uma câmera de segurança pouco antes do acidente, mas não a moto de Nayn, o que reforça, para os advogados dela, que o motociclista vinha na direção contrária. Como o choque aconteceu na mão correta para Luisa, a moto só poderia vir na contramão.

No pedido de cautelar, em que também solicitavam que ele usasse tornozeleira eletrônica, os advogados de Luisa citam que Nayn foi condenado à pena de mais de dois anos de prisão, em setembro do ano passado por delitos de ameaça, praticados contra uma mulher com quem se relacionava. Desde março, ele cumpre a pena em regime aberto.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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