Newsletter: Como decidir quem realizará o sonho de ir à Olimpíada?
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Alison 'Piu' vai à Olimpíada porque tem o terceiro melhor tempo do mundo dentro do período de classificação. Rebeca Andrade, porque é a melhor ginasta brasileira. João Victor Oliva, porque foi o único que atingiu os critérios estabelecidos pela CBH no adestramento. Rafael Silva, o Baby, porque é o único peso pesado do país na zona de classificação do judô.
Mas há também uma outra metade (ou mais) do esporte brasileiro que tem o futuro nas mãos de comissões técnicas. Como muitas das vagas olímpicas conquistadas pelo país não são nominais, cabe aos treinadores, e gestores, tomar decisões.
No tênis de mesa, Eric Jouti, terceiro melhor simplista brasileiro, ficou fora da convocação de três nomes, preterido por Guilherme Teodoro, e soltou os cachorros. "Quando se trata de indicação técnica é uma situação complicada em que muitos fatores contam e, desta vez, não foram os resultados e méritos individuais", reclamou.
A explicação teria sido um ato de indisciplina. Mas, como o terceiro nome só joga por equipes, possivelmente em duplas, a escolha faz sentido. Guilherme Teodoro é 35º e já vem jogando com Vitor Ishiy, outro convocado, enquanto Jouti é só o 112º. Ishiy e Calderano devem ser os escolhidos em simples.
Na ginástica de trampolim, qualquer que seja a escolha da comissão técnica, vai dar polêmica. A tendência é que a opção seja por Camilla Lopes, que tem um teto mais alto. Suas melhores apresentações a permitem brigar no topo de qualquer competição.
Só que foi Alice Gomes quem conquistou a vaga para o Brasil, terminando à frente da própria Camilla na final do Mundial. É justo tirar dela o direito de ir a Paris, se na hora H foi ela quem brilhou? Não. Mas os critérios só permitiram ao Brasil faturar uma vaga, mesmo merecendo duas, e alguém vai sobrar.
Na ginástica rítmica, outra polêmica. A comissão técnica escolheu levar Bárbara Domingos e Geovanna Santos ao Mundial de 2023, para tentarem a vaga olímpica para o Brasil. Babi conquistou, Jojô, não. Maria Eduarda Alexandre nem teve a chance de tentar, mas está voando a menos de 50 dias das Olimpíadas. Por pouco não ganhou de Babi no Campeonato Pan-Americano.
Nessa escolha, a comissão técnica teve mais sorte do que juízo. Melhor teria sido adiar a escolha até mais perto dos Jogos, e levar quem estivesse melhor. Menos mal, para todo mundo, que por enquanto Babi segue (por muito pouco) à frente. Mas não seria o caso de já dar oportunidade para Maria Eduarda ir à sua primeira Olimpíada e ganhar experiência para voar em Los Angeles? (Dizem que ela é a melhor que o Brasil já teve).
No vôlei, Zé Roberto se livrou de uma dor de cabeça com a infeliz lesão de Julia Kudiess e não terá que escolher entre ela e Diana. Mas será que não seria o caso de já apostar em Luzia? Parece que não é assim que pensa o treinador.
Já Bernardinho vai ter que se resolver. Arthur Bento e Lukas Bergmann são o futuro da seleção. Vale a pena deixá-los em casa para ter Maurício Borges em Paris? Lucão (38) ainda pode entregar mais que Judson (25)?
Mas nenhuma escolha é mais difícil do que no hipismo. Há os cavaleiros, as amazonas, os animais, a condição física dos animais e os resultados nos mais diversos níveis de competição. E há muito talento. São pelo menos seis ou sete nomes para três vagas. Qualquer escolha será muito criticada.
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