Newsletter: Bala Loka, a medalha que ninguém apostava e pode vir em Paris
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"Demétrio, qual vai ser a medalha que o Brasil pode ganhar em Paris e que ninguém esperava?"
Vira e mexe eu ouço essa pergunta e, admito, não tinha resposta. Agora tenho: Gustavo Batista de Oliveira, mas pode chamar de Bala Loka.
Faz nem um ano e meio que escrevi pela primeira vez sobre ele. Era janeiro de 2023 e naquele momento a história era: existe um brasileiro que compete no BMX Freestyle, um esporte que estreou nos Jogos Olímpicos em Tóquio sem que ninguém no Brasil notasse — basicamente, o esporte é ser avaliado pelas manobras em uma pista cheia de rampas, um misto de skate park e street, sobre duas rodas.
No mundo todo, não só no Brasil, é assim: prestamos atenção em um esporte quando há alguém vencendo. E não é que o Brasil não vencia. O Brasil sequer disputava pódio de Campeonato Sul-Americano, Pan-Americano, etc.
Bala Loka colocou o Brasil no mapa do BMX Freestyle e foi ocupando espaço mês após mês. A 30 dias dos Jogos Olímpicos, entrou na briga pela medalha, de forma definitiva.
No Olympic Qualifying Series (OQS), último Pré-Olímpico, em Budapeste, ficou na quarta colocação, muito, muito perto do bronze. Tirou 91,90, enquanto o medalhista de bronze somou 92,05. E estamos falando de um esporte subjetivo, onde o atleta tem que ir conquistando os árbitros, ganhando respeito ao longo do tempo e das competições. Norte-americanos, franceses, britânicos, já tinham isso. Bala Loka tá chegando agora.
Como são só 12 vagas em Paris, e as últimas na ordem de prioridade foram distribuídas nos Mundiais de 2022 (em que Bala Loka nem recebeu apoio para disputar) e no de 2023 (quando ainda estava em evolução), ou o brasileiro se classificava com uma das seis vagas distribuídas no OQS aos seis melhores do mundo atualmente, ou corria sério risco de não ir a Paris.
Era tudo ou nada, e Bala Loka conquistou tudo. Terminou o evento de duas etapas em quarto no ranking, com 71 pontos, só dois acima do sétimo colocado. Se tivesse terminado uma posição abaixo em Budapeste, talvez nem fosse a Paris. Mas cresceu na hora H e vai à Olimpíada. E vai brigando diretamente por medalha.
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