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Notas altas de rivais não preocupam Rebeca: 'Tenho que focar no meu'

Para boa parte do público brasileiro, a ginástica artística nas Olimpíadas de Paris será um confronto entre Rebeca Andrade e Simone Biles. Mas a temporada internacional tem mostrado outro cenário. Nomes como Qiu Qiyuan, da China, e Kaylia Nemour, da Argélia, vêm credenciadas para medalhas de ouro, enquanto a norte-americana mostrou um nível extraordinário no campeonato nacional.

Desde o Brasil, Rebeca acompanhou esses resultados, mas sem esquentar a cabeça. Nas assimétricas, por exemplo, Qiyuan teve 15,450 em uma competição na Alemanha, Nemour 14,433 em uma Copa do Mundo, e Biles 14,650 no torneio norte-americano. A brasileira ficou em 14,800 nas eliminatórias do Troféu Brasil.

"Se eu estiver preocupada com o que elas estão fazendo, ou com a nota que estão dando pra elas, eu não vou estar focada na pessoa mais importante que sou eu. Porque se eu não tenho nota suficiente para tirar o que elas estão tirando, do que vai adiantar eu ficar remoendo na minha cabeça o que elas estão fazendo? Eu tenho que focar no que eu posso fazer, no meu máximo aqui, para que eu tire uma boa nota", entende a brasileira.

Rebeca diz que assistiu a algumas provas internacionais, mas sempre como torcedora. "Gosto de acompanhar, mas às vezes passa meio tarde e eu não consigo. Mas é que eu torço muito, sabe? Eu sou muito fã mesmo. Eu quero que as meninas vençam, eu quero que elas consigam fazer ótimas séries, assim como eu quero também fazer ótimas séries. Então eu não me preocupo muito com a nota delas, porque lá na competição pode ser que seja tudo diferente."

Vai ser uma longa história

As Olimpíadas de Rebeca tendem a ser longas, e a estratégia é a de um passo de cada vez. Nas eliminatórias, o objetivo é acertar as séries, para avançar ao máximo de finais. A brasileira tem condições de ir a todas as finais por aparelhos: é atual campeã olímpica e mundial no salto, prata no solo, bronze na trave, e carrega uma prata do Mundial de 2021 nas assimétricas.

Depois, nas finais por equipes e do individual geral, é buscar uma pontuação na casa de 58 pontos, uma evolução sensível para os 56,766 da prata no Mundial do ano passado. Biles foi campeã com 58,399, mas este ano já deu um passo bem além, com 60,450 no US Championships. Ainda que os norte-americanos costumem inflar as notas, ninguém nega que hoje Biles está um patamar acima.

No solo isso é ainda mais claro, mas no salto a briga promete ser boa. Rebeca venceu no Mundial passado, quando Biles ainda contava com a ajuda do seu técnico para segurá-la na chegada, o que descontava sua nota. Agora ela abriu mão do recurso, e ganhou vantagem. A expectativa é se Rebeca vai responder com um novo salto.

Ela faz mistério, mas admite que está treinando coisas novas em todos os aparelhos. "A gente treina e se estiver saindo bem a gente vai colocar na série. Mas obviamente a gente não vai falar, porque queremos fazer surpresa e impressionar. Queremos surpreender não só o público, mas também os árbitros. Isso é muito importante e faz as pessoas te verem com outros olhos também."

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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