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ReportagemEsporte

Norte-americano de origem russa é a nova esperança da ginástica brasileira

O nome é tipicamente russo: Vitaliy. O sobrenome, 100% brasileiro: Guimarães. A ginástica, da escola norte-americana.

Recém-chegado ao Brasil, Vitaliy Guimarães é a nova esperança da ginástica artística do país. Ainda se recuperando de lesões, ele fez ótima estreia no Troféu Brasil, levando para casa um ouro e uma prata.

"Quero ajudar a aumentar o nível do ginástica masculino e para o mundo ver que a ginástica do Brasil é competitiva e nós podemos pegar as medalhas no Mundial, Olimpíadas e tudo isso", disse ele, com sotaque carregado. A coluna mantém essa primeira declaração como foi dada, e fará adaptação das demais.

Vitaliy (lê-se Vitáli) chegou ao Brasil em março. Tanto o pai quanto a mãe dele são técnicos de ginástica e ex-atletas: ele brasileiro, e ela russa. O filho, nascido em Dallas, no Texas, seguiu o mesmo caminho. Chegou à seleção de base dos EUA e à Universidade de Oklahoma, onde estudou com bolsa integral.

Ao concluir os estudos, recebeu a oferta de treinar e competir pelo Minas Tênis Clube. Ricardo Yokoyama, técnico da equipe, havia se hospedado na casa dele em uma competição, anos atrás, e manteve o contato. "Quando eu era pequeno, meus pais sempre quiseram que viesse para cá e competisse pela seleção. E resolvi tentar, porque eu acho que aqui tem uma boa oportunidade", explicou.

O ginasta de 22 anos não nega que o primeiro objetivo era chegar à seleção adulta dos EUA. Mas que, no Brasil, não só o caminho até as Olimpíadas seria menos concorrido, como aqui ele teria uma boa oportunidade de trabalho.

Generalista, Vitaly não apresentou seu melhor nível no Troféu Brasil. Passou por uma cirurgia no ombro no ano passado, o que adiou o retorno às argolas, e lesionou o pé dois meses atrás, o que atrapalhou seu treinamento para esses aparelhos. Mesmo assim, ganhou duas provas, e com boas notas.

Depois de apresentações somente medianas nas eliminatórias, venceu no salto com 14,250, nota que seria a melhor do Brasil no Mundial do ano passado. No cavalo com alças, foi prata, só atrás do olímpico Diogo Soares, também com uma nota bastante útil para a equipe do Brasil, 13,150. E ainda terminou em quarto na barra fixa, com série simples, mas muito bem executada.

O próprio Vitaly diz que, no individual geral, pode fazer de 80 a 83 pontos. Um 84, só se for muito bem, não errar. Para o Brasil, já é bastante coisa. No Mundial passado, só Diogo Soares pontuou acima de 80 na prova por equipes, com 81,0.

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A tendência, por isso, é Vitaly ser um dos nomes do país para o próximo ciclo olímpico, junto com Diogo Soares, Yuri Guimarães (eles não são parentes) e Caio Souza, que já tem 30 anos. O Troféu Brasil, aliás, mostrou que a renovação será dolorosa. Das 48 vagas em finais, só seis foram ocupadas por ginastas de menos de 20 anos. O único medalhista foi João Victor Perdigão, do Pinheiros.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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