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ReportagemEsporte

ABCD não faz exames e três brasileiros são excluídos das Olimpíadas

Três atletas brasileiros estão fora dos Jogos Olímpicos de Paris por não terem submetidos a três exames antidoping surpresa em um intervalo de 10 meses antes das Olimpíadas. Cabia à Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) realizar esses testes, a partir de nomes sugeridos pela a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

A confederação diz que vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para garantir que eles possam competir. Os afetados são Lívia Avancini (arremesso de peso), Max Batista (marcha atlética) e Hygor Gabriel (4x100m).

Essa possibilidade já havia sido levantada pelo Olhar Olímpico em março, quando saiu a decisão da AIU (braço antidoping da World Athletics) de exigir esse critério de elegibilidade extra para atletas brasileiros. A decisão foi explicada pela WA na época como uma punição pelo fato de os atletas brasileiros terem ido aos últimos Mundiais com uma média insuficiente de testes surpresa por atletas.

A CBAt e a ABCD justificam esse baixo número de testes pelos próprios critérios da World Athletics, que abriu vaga para diversos atletas na semana dos Mundiais. Esses atletas, de segundo escalão, não são submetidos a tantos testes surpresa quanto os de primeiro escalão e fazem a média brasileira de exames per capita cair.

Pela regra imposta pela WA ao Brasil, cada atleta teria que ser submetido a três testes surpresa nos 10 meses anteriores aos Jogos, com um intervalo de 21 dias entre eles. De acordo com a CBAt, Lívia e Max fizeram quatro testes, no total, mas dois deles próximos uns aos outros, o que os invalidaria. A entidade não detalhou quantos desses exames foram supresa.

Max entrou na Olimpíada pelo ranking, divulgado na segunda-feira passada, e foi retirado ontem da lista. Lívia entrou ontem, festejou, e saiu hoje. Ambos estavam, desde março, perto da zona de classificação, e eram fortemente cotados a conseguirem a vaga, como de fato conseguiram.

Já Hygor Gabriel atendeu aos critérios para fazer parte do 4x100m masculino ao ser medalhista de prata no Troféu Brasil nos 100m. Ele era sexto do ranking nacional, mas era considerado azarão, e por isso não estava entre os atletas testados em uma espécie de força-tarefa da ABCD de março para cá.

Hygor treina sozinho, a partir de treinos que pega no Youtube, e tem baixa visão, o que pode tornar elegível para o movimento paralímpico. Em seu lugar foi convocado Gabriel Garcia, que também é guia paralímpico.

Reportagem

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