Newsletter: Vaga no basquete é a grande surpresa do Time Brasil
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Todas as vezes que eu calculei o tamanho da delegação brasileira nas Olimpíadas deixei de fora o basquete masculino. Coloquei sempre o asterisco de que havia a possibilidade, mas a vaga não estava na projeção. Erramos.
A vaga veio de forma inapelável. Um atropelo sobre a Letônia, quinta colocada do último Mundial, na casa dos letões, com um show de Bruno Caboclo e Marcelinho Huertas, especialmente, mas um grande jogo coletivo.
Letônia essa que só havia perdido de Alemanha (campeão) e Canadá (bronze) no Mundial e havia vencido o Brasil por 20 pontos naquele torneio. Ganhar lá era improvável. Da forma como foi, ainda mais.
A vaga vem para dar um gás extra ao Time Brasil a menos de três semanas das Olimpíadas. Não só porque a delegação fica maior como ganha moral. A seleção de basquete conseguiu algo que parecia muito difícil e outros podem conseguir. Inclusive a medalha no basquete, por que não? Se jogar como na final do Pré-Olímpico, briga.
Tão importante quanto essa injeção de auto estima para a delegação e para a comunidade de fãs do basquete como um todo é a injeção de recursos na Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Este ano, a entidade só tem direito a algo em torno de R$ 1 milhão acima do piso de distribuição do COB. Escalada, hóquei sobre a grama e desportos no gelo recebem R$ 4,9 mi, e o basquete R$ 5,9 mi.
O vôlei tem mais que o dobro. Questão de meritocracia de resultados esportivos. O basquete não foi à última Olimpíada na quadra ou no 3x3, só ganhou um ouro no Pan, mal disputa Mundiais na base e corria o risco de também não ir a Paris. Por que mereceria muito mais recursos que o hóquei?
Agora, ao classificar a seleção masculina de quadra, ao menos aciona o gatilho para receber mais dinheiro no próximo ciclo. Ou melhor: para ter direito a usar mais dinheiro, já que a CBB tem débitos que a impedem de colocar a mão na grana, que é executada pelo COB.
Que a vaga olímpica seja só o início de uma nova fase para a seleção masculina e para o basquete como um todo. Atraia fãs, faça a roda girar, e permite aos diferentes entes trabalharem em conjunto. Hoje, não trabalham.
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