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Protagonismo feminino domina a cena em filmes de skate
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A conquista da medalha olímpica pela maranhense Rayssa Leal, tem levado muitas meninas a começarem a andar de skate atualmente.
Ao mesmo acende os holofotes da glória feminina nos pódios, mas também abre espaço e oportunidade para o cinema retratar uma realidade que até hoje envolve preconceito, intolerância, opressão, e resiliência, e onde o skate faz um excelente papel como veículo de transformação social e superação.
Prova disso é o longa metragem Meu Nome É Bagdá, que estreia hoje nas salas de cinema do Rio de Janeiro e São Paulo. Lançado mundialmente no Festival de Berlim de 2020, a película de 96 minutos conquistou o prêmio de melhor filme da mostra na categoria Generation 14plus no ano passado, além de vitórias em outros festivais.
Dirigido por Caru Alves de Souza, que atualmente reside na Espanha, Bagdá é sobre a história homônima de uma garota de 17 anos que vive na Freguesia do Ó, e anda de skate com uma turma de meninos.
Quando Bagdá consegue encontrar um grupo de meninas skatistas, sua vida muda, e ela finalmente recebe apoio familiar nessa turma, e descobre através da sororidade seu empoderamento feminino para enfrentar assédio sexual, machismo e preconceito contra seus amigos homossexuais, e contra ela mesmo.
Atualmente filmes sobre skate feminino alertam sobre questões sociais importantes, e salientam o momento que a popularidade da modalidade vem atravessando em todo o mundo, ao mesmo tempo que mostram problemas semelhantes em todos os continentes, e em vários idiomas.
Exemplo disso é o vencedor do Oscar por melhor documentário curta metragem - Learning to Skate in a Warzone, If You Are a Girl (aprendendo a andar de skate em uma zona de guerra, se você é uma garota), em tradução literal, lançado em 2019.
Conta a história de garotas afegãs, que aprendem a ler, escrever e andar de skate, em um país oprimido por restrições religiosas extremas (e com a recente tomada do poder pelo Talibã, o destino dessa turma se transforma agora em uma incógnita ainda maior e perigosa).
Mesmo nos Estados Unidos, local de surgimento do skate, questões como igualdade de gênero, machismo e preconceito ganharam destaque com Skate Kitchen, dirigido por Crystal Moselle.
Lançado em 2018, apresenta o cotidiano de um grupo de amigas skatistas de Nova York e sua moderna realidade juvenil em envolvimento com moda, música, drogas e relações amorosas em uma metrópole mundial.
Engaja a busca natural e atual pelo amadurecimento juvenil feminino, ou rito de passagem para a idade adulta, com toda liberdade que o skate proporciona.
O filme, inspirou a produção e o início de uma série para a HBO, baseada nesse mesmo grupo, chamada simplesmente de Betty, que estreou esse ano com grandes expectativas, mas que durou apenas duas temporadas, apesar do sucesso de crítica e audiência.
A Netflix também tem se interessado por esse rico filão, e entrou nessa guerra cinematográfica sobre meninas sobre rodas em junho passado, e apostou em uma produção indiana americana chamada Uma Skatista Radical (Skater Girl, no título original em inglês).
Exibe a ida de uma turista inglesa para um pequeno vilarejo no Rajastão, na Índia, (quase fronteira com o Paquistão), que leva um skate para se divertir em uma localidade afastada dos centros urbanos.
Objeto esse até então desconhecido da população local, cujo único apetrecho semelhante eram os carrinhos de rolimã artesanais, e feitos para meninos.
Tamanha "modernidade" acaba por transformar a vida de uma menina sonhadora e de sua comunidade, ao quebrar com paradigmas e tradições locais seculares com muita coragem, resiliência e determinação por ser mulher e além do mais andar de skate.
Histórias de liberdade e superação constante, que o skate traz à tona através do cinema e que merecem um olhar mais aprofundado, além de divertido.
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