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Skatista feminina fica inconformada com vitória de transgênero nos EUA
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A skatista americana Taylor May Silverman criou uma grande polêmica semana passada nos Estados Unidos depois de ficar inconformada em ter ficado em segundo lugar em uma competição da Red Bull, em novembro passado, atrás da skatista transgênero Lillian Gallagher.
"Isto não é transfobia. É defender a justiça nos esportes femininos", disse em entrevista ao canal Fox News sobre o desconforto e medo de ser banida por expressar sua opinião de ser contra a decisão dos organizadores de permitir uma "mulher não biológica", de participar de provas junto com atletas do sexo feminino.
"A competidora trans ganhou US$ 1.000 nas classificatórias, US$ 3.000 mil nas finais e mais US$ 1.000 na melhor manobra, o que totaliza US$ 5.000 mil (cerca de R$ 25 mil reais), comentou Taylor em sua página no Instagram no dia 17 de maio.
"Eu mereço o primeiro lugar, ser reconhecida pela minha vitória, e ser paga", disse a skatista de Kalamazoo, no Michigan, revoltada com o segundo lugar na prova, depois de correr as etapas de Detroit, e a final em Lincoln, no Nebraska.
Como ela disse que seu pedido não foi atendido prontamente pela Red Bull, resolveu apelar para as redes sociais (seis meses depois), e acabou recebendo tanto uma enxurrada de críticas pela sua atitude, como também de pessoas a favor da sua posição.
"Estou cansada de sofrer bullying em silêncio", esbravejou Taylor em sua conta no Instagram, ao mesmo tempo que marcou na postagem dois nomes conhecidos da extrema-direita americana como Ben Shapiro e Tim Pool, que apoiaram a iniciativa da menina, o que revoltou ainda mais a comunidade do skate.
O evento de skate em questão se chama Red Bull Cornestone, um circuito competitivo inclusivo pelo Meio Oeste americano, região conhecida por suas posições altamente conservadoras.
Ao levantar um tema tão delicado, e expor na mídia sua opinião, Taylor tem se tornado o centro das atenções, e virou uma subcelebridade, principalmente depois que a entrevista foi a ar - meses depois do ocorrido.
Para a skatista Lily Goodale, de Austin, no Texas, que andou de skate no campeonato com ambas as competidoras: "em 2022, a comunidade do skate está se tornando cada vez mais um lugar bem vindo para pessoas LGBTQIA+, e corpos trans que estão competindo, fazendo turnês, se tornando profissionais e fazendo vídeo parts revolucionárias", disse.
"Reclamar que ela merecia o primeiro lugar mais do que ninguém é embaraçoso e um comportamento antidesportivo, além da transfobia com seu feminismo radical excludente, qualquer aliado dessa comunidade do skate deveria ficar totalmente enojado com o comportamento de Taylor", respondeu Lily para a revista Vice.
"No Michigan sempre houve tensão por ser mulher e skatista, e isso tinha aliviado um pouco com o passar dos anos, e o que Taylor fez foi um retrocesso da forma mais covarde", complementou Kara Browder, uma skatista do Michigan que há cinco vez realiza eventos para meninas e sabe das dificuldades em ser mulher skatista nos Estados Unidos.
"Nós andamos de skate porque nos liberta. Nos permite cair 100 vezes para conseguir aterrissar e acertar a manobra apenas uma vez. Nós vemos beleza na perseverança, e hoje tem mais skatistas de todos os gêneros e raças em um esporte onde antes era dominado por homens brancos onde se cria um ambiente mais inclusivo", reflete Browder.
Já a renomada skatista Nora Vasconcelos mostrou que o skate não tolera atitudes como esta, conforme resposta na postagem de Taylor: "Isto é ultrajante, você deveria repensar seu caminho no skate...talvez isso pode lhe trazer alguma compaixão e sentimento de comunidade em vez de dinheiro, ou seja lá o que você está a procura com uma atitude tão terrível quanto esta", afirmou.
De acordo com a matéria da revista americana Vice, Taylor e Gallagher não quiseram comentar a polêmica, e a Red Bull disse em nota como resposta que não pede a identificação de gênero no processo de inscrições, e que os skatistas podem escolher correr entre categorias masculinas ou femininas no dia da competição.
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