Mangue Beat será trilha sonora para Rayssa Leal na final do STU em Recife

O skate vai entrar na "batida do caranguejo" do Mangue Beat, neste final de semana de 16 a 18 de setembro, com as finais do STU National em Recife, evento válido pelos rankings brasileiros de park e street e ligar os holofotes para a cena do skate nordestino.

O maracatu combinado com rock, funk, rap, trap e música eletrônica foi escolhido a dedo pelo Dj Tamempi, que irá comandar a trilha sonora que também irá incluir shows ao vivo de bandas locais renomadas ou alternativas como Mundo Livre S.A, Devotos, Bione, Afroito e Leo da Bodega.

A estrela maior do evento é a maranhense de Imperatriz, Raissa Leal, de 14 anos, presença confirmada e que estará na disputa direta com Gabi Mazetto pelo título do street feminino.

Com 15 anos, a paulistana Raicca Ventura é outro nome a se considerar, já que entra como favorita maior ao título do park feminino, a frente da catarinense Yndyara Asp e da paulistana Dora Varella, por ter vencido as duas etapas anteriores.

No park masculino, o catarinense Pedro Carvalho vem na ponta, seguido de perto por Luiz Francisco, o catarinense Kalani Konig e o curitibano Gui Khury.

E no street, muitos nomes estão no páreo, como João Lucas Alves, Lucas Rabello, Giovanni Viana, Wilton Souza e Gabriel Aguilar.

A final do STU National, define os campeões brasileiros da temporada, e serve de termômetro para o STU Open, que começa na primeira semana de outubro na pista Duó, na Barra da Tijuca do Rio, e terá a presença maciça de skatistas de todo o mundo que viriam para o Mundial classificatório para as Olimpíadas, mas foi descredenciado pela World Skate na semana passada.

Mesmo assim, a premiação do STU Open deve ser uma das maiores de todos os tempos, oferecendo US$ 500 mil (cerca de R$ 250 mil em dinheiro).

O toque da Fadinha veio em boa hora para a cena do skate nordestino

O "maracatu atômico" preconizado pelo saudoso ídolo pernambucano Chico Science, que embora tenha nascido em Olinda, fez sucesso mesmo em Recife não poderia ser melhor trilha sonora para mostrar a influência nordestina no skate brasileiro.

O movimento manguebeat encabeçado por Science com a banda Nação Zumbi, e Fred Zero 4, mesclava ritmos como maracatu, coco de roda, rock, tecno e hip hop tudo junto e misturado, utilizando a música como forma de inclusão social em Recife na década de 90.

O "caranguejo com cérebro", manifesto escrito por Science e amigos levaram Recife e a música pop nordestina e o "manguetown" recifense para os grandes centros urbanos e para o mundo.

Agora, com a jovem Rayssa Leal, natural de Imperatriz do Maranhão, o skate invade a orla recifense novamente, com um skate park novinho deixado de legado pela STU e a valorização dos talentos locais com suas cores, ritmos, batidas e "tricks" em busca de um protagonismo cada vez maior.

As cores vibrantes e as tradições nordestinas são parte do design animado da ilustradora recifense Paula Di Aguiar, que assina a identidade visual do evento.

Já a comentarista oficial veio de Salvador, atende pelo nome de Pipa Souza e é uma das mais respeitadas skatistas da atualidade, com sua famosa cabeleira "black power", assim como Marcelo Baptista, o "Marcelinsta", outro fera nascido em Recife, que mora nos Estados Unidos e é nome de ponta no street skate internacional, e participou do show do Matuê, no Rock in Rio.

O paraskate, ou skate PCD - para pessoas com deficiência, também tem nesta cidade o pioneirismo do skatista Og de Souza, um dos primeiros expoentes nessa modalidade que tem ganhado impulso mundial, e também neste torneio.

Para completar, o principal nome dos bastidores da fotografia de skate nacional, e também tutor de Rayssa Leal em início de carreira, é o sergipano "arretado" Júlio Detefon, consultor técnico da seleção brasileira de skate, que esteve nas Olimpíadas e que faz os principais registros em foto e vídeo de skate no Brasil.