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Pronta para o Mundial, Yndiara se considera empoderada ao andar de skate
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Sorrisos, skates e girassóis. A catarinense Yndiara Asp tem muitas razões para sorrir. Afinal, Yndi (como é conhecida), foi uma das protagonistas contra a desigualdade nas premiações do skate mundial, ficou entre as oito melhores do mundo nos Jogos Olímpicos de Tóquio, construiu um bowl no quintal de sua casa, está pronta para disputar o Mundial de 2023, e agora lança sua linha de roupas e um modelo de tênis.
A trajetória de sucesso do carrinho na vida de Yndi começou aos sete anos de idade, quando ganhou do seu pai seu primeiro skate como presente de Natal.
"Nessa época era mais uma brincadeira, e minha mãe ficava brava porque eu chegava em casa machucada, com joelho ralado de cair tentando andar e aprender manobras", relembra a skatista.
Aos 15 anos a brincadeira se tornou esporte, sendo que em 2016, Yndi ficou entre as top 6 do Vans Park Series na Suécia, em 2017 venceu o La Kantera na Espanha, e em 2018, o Red Bull Rippers e foi a primeira mulher skatista a se tornar profissional da marca Vans no Brasil.
Em 2019, foi a campeã da etapa do Vans Park Series, realizado na pista do Parque Cândido Portinari, em São Paulo, o que lhe carimbou o passaporte para a seleção brasileira olímpica, disputada em Tóquio em 2021, onde se tornou a oitava melhor do mundo na modalidade park.
Esta semana, Yndiara esteve em São Paulo, para lançar sua coleção de roupas pela marca Vans, com camisetas, "croppeds", calças e um colorway exclusivo do modelo Skate Grosso Mid e bateu um papo descontraído com nossa coluna de skate no UOL Esporte, falando do lançamento, equiparação de premiação, Olimpíadas, uso de capacete, preparação para o Mundial e moda street wear.
Yndi chegou para a conversa vestida com um boné branco, camiseta violeta, calça branca e seu novo modelo de tênis (da mesma cor da camiseta), e parou na vitrine da loja decorada com girassóis e fotos da campanha, para registrar aquele momento especial.
"Estou muito feliz e realizada com este projeto, é uma grande conquista para mim, para esta marca que eu amo tanto e me identifico demais, e o colorway, ficou bem do jeito que eu queria e sonhava", contou.
"É uma honra ter meu colorway no modelo do Jeff Grosso, e poder homenagear esse grande incentivador do skate feminino", disse sobre o skatista lendário que faleceu em 2020 aos 51 anos.
O "colorway", ou paleta de cores em inglês, é uma combinação de cores única que diferencia um sneaker (tênis) dos outros.
No caso do modelo de Yndiara, o tênis tem a cor violeta predominante, com faixa cor amarelo alaranjado, biqueira branca, um solado de cor de laranja com desenho em roxo de girassóis, e no calcanhar do tênis dois desenhos que representam cada uma das tatuagens que Yndi tem nos braços - um coqueiro com uma onda, e uma menina andando de skate.
"Tive total liberdade para deixar esse colorway com a minha cara. O skate é arte, e eu vejo a moda como se fosse as cores de um quadro", explicou ao mostrar a campanha produzida pela fotógrafa Tauana Sofia, no interior de São Paulo, em Holambra, com um belo jardim de girassóis ao fundo.
Treinamento na Califórnia, Mundial nos Emirados e protagonismo feminino
Yndi construiu no ano passado no quintal de sua casa em Florianópolis, seu próprio bowl de concreto, o ASP Bowl, mas mal teve tempo de curtir seu novo "brinquedo" com calma. Há duas semanas partiu para treinamento na Califórnia (EUA), onde ficou sob os cuidados do seu treinador técnico Cristiano Mateus e ao lado das amigas e melhores skatistas do Brasil na modalidade park: Raicca Ventura, Isadora Pacheco e Dora Varella.
"Foram dias intensos de skate o dia inteiro, claro que não dá para fazer sempre, o corpo não aguenta também, mas eu volto para casa descanso o corpo e retorno à pista", comentou sorrindo Yndi, hoje com 25 anos de idade.
Yndi, se diz pronta para correr o Mundial de 2022 da World Skate, a ser disputada no final de janeiro e início de fevereiro de 2023, em Sharjah, um dos Emirados Árabes Unidos.
"Estou bem animada, principalmente por ser um lugar que a gente nunca fui, a pista nova me parece muito boa, faz tempo que a gente não tem campeonato, e será o primeiro evento valendo classificação, tenho treinado bastante para ter o skate bem no pé para a competição", afirma.
Yndi foi uma das protagonistas junto com Karen Jonz em 2019, a lutar pela equiparação nas premiações dos eventos de skate, e que surtiu efeito imediato.
"Foi um momento bem marcante, pois a partir dai todos os campeonatos passaram a igualar a premiação e conseguimos nosso espaço como a gente queria nos maiores campeonatos do mundo, e isso só abriu mais portas para mais meninas crescerem e evoluírem e hoje temos o nosso espaço que merecíamos e continuamos a merecer", avalia.
Em 2019, outro "turning point" marcou a questão de equipamentos de segurança. "Eu não sentia a necessidade de usar capacete naquela época, mas como já bati muitas vezes a cabeça descobri a importância em me proteger, e hoje em dia eu pretendo prolongar a minha vida e uso sempre o capacete", declara.
"Eu sou uma menina cheia de vontade de viver e de ir atrás dos meus sonhos, dar o meu melhor a todo momento me auto conhecendo e quebrando meus próprios limites. Quando eu ando de skate eu me sinto empoderada", finaliza.
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