Buscando encerrar jejum de 11 anos, Ferrari apresenta carro de 2020
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Com direito a grande presença da torcida em evento realizado no teatro Vallli, em Reggio Emilia, que simboliza o nascimento da bandeira tricolor italiana, a Ferrari lançou seu carro para a temporada 2020 da Fórmula 1. O carro se chama SF1000, fazendo menção aos 1000 GPs disputados pela Scuderia na Fórmula 1.
Há muita expectativa em torno do equipamento italiano depois da temporada de recuperação que o time fez no ano passado, assim como muita curiosidade a respeito de como o chefe Mattia Binotto vai lidar com a disputa interna entre seus pilotos, Sebastian Vettel e Charles Leclerc. No lançamento, tanto o chefe, quanto os pilotos destacaram o trabalho feito na área da suspensão, a fim de que a traseira do carro fique mais eficiente do ponto de vista aerodinâmico. "As regras ficaram estáveis, então fica difícil transformar completamente o carro. Então o foco foi tornar todo o carro, da carroceria em si ao motor, mais estreito. E acho que isso é muito visível", disse o chefe.
"Trabalhamos em todos os componentes. A suspensão foi refeita para ganhar flexibilidade em termos de configuração, para que possamos tentar adaptar o acerto que case melhor com o estilo de cada piloto e circuito. Trabalhamos duro, também, para manter o peso baixo. Então é claro que pode parecer um carro parecido com o do ano passado, mas, acredite em mim, é completamente diferente. Usamos muitos conceitos bastante extremos no carro."
Leclerc começará seu segundo ano como piloto ferrarista já sabendo que tem contrato com o time até o final de 2024, enquanto o tetracampeão Vettel tem acordo apenas até o final desta temporada, e começa o ano pressionado pelo fato de ter ficado atrás de Leclerc, de 22 anos, no ano passado.
Pelo menos segundo Binotto, os dois seguem livres para disputarem na pista, mesmo depois de terem batido no GP do Brasil, penúltima prova do ano passado. Na visão do suíço, a alta competitividade interna "é um problema bom de se ter" para maximizar a pontuação da Ferrari. Em sua segunda temporada pelo time italiano, Lerclerc afirmou durante o lançamento que seu foco vai mudar neste ano. "Psicologicamente, minha abordagem é a mesma no sentido de tentar dar o melhor, permanecer tranquilo e aprender com os erros. Mas agora é um pouco diferente porque conheço as pessoas dentro da equipe e também conheço melhor o carro - mesmo que seja novo, é uma continuidade do modelo do ano passado. É um desafio grande e mal posso esperar para começar."
O time vem de uma seca de mais de uma década: o último título de pilotos foi em 2007, o de equipes foi em 2008, e nos últimos anos a escuderia tem colecionado vices, mas sem manter a consistência dos hexacampeões da Mercedes. Mesmo assim, o CEO Louis Camilleri afirmou que, embora haja muita pressão, "isso não é algo negativo para nós, e simplesmente faz com que sejamos melhores." O dirigente também fez questão de demonstrar seu apoio a Binotto, questionado por alguns setores da mídia italiana por não ter pulso mais firme na relação entre os pilotos, dizendo que o suíço "está criando uma cultura de liderança que vai nos tornar ainda mais fortes no futuro."
Ano passado, o time começou muito forte nos testes de pré-temporada, mas isso não se refletiu nas primeiras corridas. Percebendo um erro na filosofia de seu carro, em um ano no qual houve mudanças importantes no regulamento, a Ferrari teve de fazer mudanças fundamentais ao longo da temporada e conseguiu grande evolução, vencendo três corridas seguidas - Bélgica, Itália e Singapura - na segunda metade do campeonato.
Como as regras ficam estáveis para esta temporada, assim como os compostos de pneus, o grande desafio ferrarista em termos de performance é melhorar o rendimento aos domingos, diminuindo o desgaste dos Pirelli.
Mas Vettel destacou que há muitas diferenças entre os carros, ainda que isso não seja tão visível. "Gosto muito do carro. E dá pra ver as diferenças na parte traseira do carro, está tudo mais compacto. Houve muito trabalho por trás desse carro e não foi fácil, porque encontramos soluções inteligentes para chegar lá. Mal posso esperar para pilotar o carro, porque é melhor do que olhar para ele!"
Outro ponto de interrogação a respeito do novo carro está no motor. No final do ano passado, os rivais Mercedes e Red Bull jogaram muitas suspeitas a respeito da legalidade do motor ferrarista, algo investigado pela FIA. A federação não divulgou se encontrou ou não algo de errado, e a Scuderia garante que seu equipamento estava dentro das regras. No entanto, a queda no desempenho ferrarista nas últimas quatro etapas suscitou desconfianças, que poderão ser resolvidas a partir da primeira corrida, que acontece dia 15 de março, na Austrália.
O novo carro ferrarista foi objeto de muitos rumores nos últimos meses. Depois de ter sido um dos primeiros chassis a passar pelos testes de impacto, surgiram rumores na imprensa italiana de que uma falha fundamental de projeto teria sido encontrada nos testes de túnel de vento. Já outras histórias davam conta de que o time já teria preparado um pacote diferente do apresentado nesta terça-feira para ser testado na pré-temporada, que será realizada nas duas próximas semanas na Espanha, e na etapa australiana, a fim de evitar a queda de rendimento entre os testes e a estreia observada ano passado.
Mas a hora da verdade começa só na semana que vem, com a primeira bateria de testes, entre os dias 19 e 21 de fevereiro, com cobertura in loco da Coluna Pole Position. Antes da Ferrari, a Mercedes mostrou sua pintura para esta temporada, com um toque de vermelho, e a Haas divulgou imagens digitalizadasdo carro que será apresentado oficialmente na semana que vem.
Confira as datas dos lançamentos dos carros de 2020 da F-1:
12.02 Red Bull e Renault
13.02 McLaren
14.02 Alpha Tauri e Mercedes
17.02 Racing Point e Williams
19.02 Alfa Romeo e Haas
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