Fórmula 1 confirma adiamento do GP da China devido ao coronavírus
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A Fórmula 1 confirmou que o GP da China, programado para o dia 19 de abril, não será realizado, devido ao coronavírus. Ainda não foi decidido, no entanto, se a prova será realizada em outra data ao longo do ano. É a primeira vez que a categoria deixa de realizar uma etapa devido a questões de saúde pública em 70 anos de história.
Os números de infectados e mortos tem aumentado exponencialmente nos últimos dias: na manhã desta quarta-feira (12), as fatalidades já passavam de 1100 (em sua grande maioria, na região de Hubei, que fica a menos de 1000km de Xangai, onde a prova seria realizada) e o número de infectados ao redor do globo já passou dos 45 mil.
As autoridades locais já haviam recomendado a suspensão das atividades esportivas na cidade de Xangai, mas o cancelamento fica a cargo dos promotores do GP, que agora tentam encontrar uma solução. Depois que a própria F-1 já descartou a possibilidade de inverter a prova com outra, a busca agora é por uma data, algo bastante difícil em um calendário de 22 GPs, o mais longo da história da categoria. O chefe técnico da categoria, Ross Brawn, disse recentemente que a busca é por uma data na segunda metade do calendário, após a temporada europeia, que se encerra no início de setembro, com o GP da Itália. No entanto, neste período de 12 finais de semana até a corrida de encerramento, em Abu Dhabi, são disputadas sete provas entre a Ásia (Rússia, Singapura e Japão) e Américas (EUA, México e Brasil), o que dificulta encontrar uma data.
Além do calendário inflado, outro problema para a Fórmula 1 é liberar seus equipamentos a tempo e transportá-los, mesmo que a etapa seja realizada em um país relativamente próximo. Isso porque a alfândega chinesa tem se mostrado cada vez mais rigorosa. E foi justamente por isso que os GPs da China e do Vietnã não foram programados para serem realizados em finais de semana seguidos (a prova em Hanoi será dia 5 de abril.
A F-1 analisa também a possibilidade de fazer a corrida após o GP de Abu Dhabi, mas há obstáculos em relação ao clima (tanto o frio, quanto as poucas horas de luz natural no inverno chinês) e principalmente das equipes, que estarão focadas na preparação para a temporada de 2021, em que a categoria terá sua maior mudança de regras da história.
Maioria dos cancelamentos anteriores foi por questões financeiras
Cancelar, ou mesmo adiar uma corrida por conta de um vírus é algo ímpar na história da F-1, cujo primeiro campeonato foi disputado em 1950. A grande maioria dos cancelamentos anteriores ocorreu por questões econômicas.
O último cancelamento ocorreu, no entanto, por motivações políticas. O GP do Bahrein de 2011 primeiro foi transferido para outubro e depois cancelado, devido a tensões entre parte da população e o governo. Na época, a F-1 foi criticada por demorar a cancelar a prova, que é usada de forma promocional pelo governo para atrair turistas ao país.
Em 2015, o GP da Coreia do Sul chegou a ser anunciado, mas foi cancelado devido à falta de pagamento por parte dos organizadores.
Outros cancelamentos ocorreram na década de 1990: em 1997, o GP de Portugal não aconteceu devido a um atraso nas obras e, em 1995, o GP de Aida, no Japão, foi adiado devido a um terremoto.
Na década anterior, problemas no asfalto do circuito de Spa provocaram o adiamento da prova em 1985. Dois anos depois, uma disputa entre dois patrocinadores impediu a realização do GP do Canadá.
Já nos anos 1970, o GP da Suécia de 79 foi cancelado depois da morte dos pilotos locais, Ronnie Peterson e Gunnar Nilsson, o que minou o interesse do público em relação à corrida. Três anos antes, problemas financeiros inviabilizaram o GP da Argentina.
Em 1969, questões de segurança da pista fizeram pilotos e equipes se negarem a disputar o GP da Bélgica. E, na década de 1950, a crise do petróleo causou três cancelamentos, na Holanda, Espanha e Bélgica, entre os anos de 1956 e 1957.
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