Cancelamentos da MotoGP por coronavírus colocam pressão na F-1
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O Campeonato Mundial de Motovelocidade se juntou a inúmeras outras modalidades que cancelaram eventos devido ao coronavírus. A FIM, entidade que rege o campeonato, anunciou o cancelamento da prova da MotoGP no Qatar, que abriria o campeonato dia 7 de março. Logo depois, foi divulgado também que a segunda etapa, que seria realizada na Tailândia, foi adiada também devido à doença. Com isso, o campeonato vai começar apenas no que seria a terceira etapa, em Austin, nos Estados Unidos, dia 5 de abril.
O cancelamento da etapa do Qatar foi resultado das restrições de viagem que as autoridades locais impuseram especialmente a voos vindos da Itália. Como todas as pessoas que estiveram no país, que é sede de algumas equipes da MotoGP, têm que, necessariamente, ficar em quarentena por 14 dias ao chegar no Qatar, a avaliação foi de que não seria possível realizar a prova. As demais categorias - Moto2 e Moto3 - vão ser disputadas normalmente pois pilotos e equipes já estão no Qatar participando de testes coletivos.
Já no caso da prova tailandesa, coube ao governo local anunciar o adiamento. Uma nova data só será definida depois que a epidemia for controlada. "Foi necessário para nós adiar o GP da Tailândia marcado para o fim de março por dentro indeterminado, já que o Covid-19 é uma doença transmissível perigosa e com impacto mundial. Isso reflete a seriedade do governo em atacar esse problema. O primeiro-ministro foi informado sobre isso."
A Fórmula 1 vive uma situação parecida. A categoria já adiou o GP da China, marcado para 19 de abril, mas convive com as incertezas sobre a situação no Vietnã, que recebe a categoria em 5 de abril, e as restrições de viagem que têm sido impostas no Bahrein, palco da segunda etapa, dia 22 de março.
Por motivos comerciais, a categoria depende da decisão dos promotores locais para cancelar ou adiar eventos, e o CEO Chase Carey garantiu que as primeiras corridas acontecerão normalmente. Nas duas primeiras etapas, na Austrália e no Bahrein, o grande problema são as restrições especialmente para quem vem da Itália - sede de Ferrari, AlphaTauri e a fornecedora de pneus Pirelli - e do Japão - de onde vêm engenheiros da Honda.
A Fórmula 1 já avisou as equipes que indivíduos que tiverem estado nestes dois países serão testados nos aeroportos, em um processo que dura cerca de 3h. E, caso as autoridades locais sintam a necessidade de colocar profissionais em quarentena, eles o farão. Mesmo assim, a F-1 segue garantindo que os eventos seguirão como o planejado, a não ser que autoridades locais decidam pelo cancelamento ou adiamento.
Com a disseminação do coronavírus ao redor do mundo, cada vez há mais casos de atrasos e quarentenas "cercando" o mundo da F-1, campeonato que passa por quatro continentes em 22 países (todos eles com pelo menos um caso de coronarírus confirmado): equipes italianas da F-2 e F-3 sofreram atrasos ao tentar entrar no Bahrein na semana passada para os testes coletivos das categorias e, em Tenerife, território espanhol próximo da costa africana, pilotos do programa de jovens da Renault estão em quarentena em um hotel junto de centenas de hóspedes depois que quatro hóspedes testaram positivo para o vírus. O brasileiro Caio Collet está entre os pilotos, juntamente do dinamarquês Christian Lungaard e o francês David Hadrien.
Outro GP que corre risco é o do Vietnã. No momento, não há casos de coronavírus confirmados no país, que faz fronteira com a China. As autoridades, inclusive, abriram a fronteira terrestre com o vizinho na semana passada. Por outro lado, 10 mil pessoas foram colocadas em quarentena nos arredores de Hanói, que recebe a corrida.
As equipes confirmaram que os equipamentos estão sendo enviados como programado para a primeira etapa, na Austrália, marcada para dia 15 de março. Os navios que transportam parte do equipamento já foram despachados tanto para o país da Oceania, quanto para o Vietnã.
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