FIA explica por que não puniu Ferrari e indica que acordo seguirá em sigilo
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A Federação Internacional de Automobilismo respondeu ao comunicado assinado por sete das 10 equipes do grid em repúdio à decisão de firmar um acordo confidencial com a Ferrari acerca da investigação que buscou determinar se o motor do time italiano estava irregular na temporada passada.
No comunicado, a FIA admitiu que não ficou satisfeita com a defesa apresentada pelo time italiano, mas decidiu usar seu código de regras disciplinares e judiciais para entrar em acordo com o time, evitando "as consequências negativas de um processo litigioso longo."
Durante a maior parte da temporada 2019, especialmente Mercedes e Red Bull vinham pressionando a FIA para investigar o motor da Ferrari - que também fornece equipamento para Alfa Romeo e Haas, as únicas duas equipes que ficaram de fora do comunicado divulgado pelos rivais. A suspeita era de que os italianos estivessem usando um engenhoso sistema que burlava os sensores de fluxo de combustível, aumentando a potência do motor em momentos pontuais, como em classificações e relargadas, que foram a grande vantagem do time italiano ano passado.
A FIA recolheu o motor ferrarista no final do ano passado para análises mas, segundo o comunicado publicado nesta quinta-feira (05), mesmo não tendo ficado satisfeita com as análises e as justificativas ferraristas, "decidiu que não seria necessário prosseguir com as investigações pois isso não resultaria em um caso conclusivo dada a complexidade da questão e a impossibilidade material de obter evidências inequívocas de que o motor estava fora do regulamento."
A nota prossegue apontando que uma briga litigiosa foi evitada pelas "consequências negativas", isso devido à "incerteza do desfecho desse tipo de batalha judicial e agindo pelo interesse do campeonato e seus participantes."
A entidade esclareceu, ainda, que tal procedimento está previsto no artigo 4º de suas regras disciplinares e judiciais, incluindo o fato do acordo ser confidencial.
Mesmo estando coberta legalmente, é difícil que a FIA resolva esta questão apenas neste plano, uma vez que a decisão de estabelecer um acordo confidencial foi duramente criticada pelos fãs. Ainda mais em um momento no qual os times negociam os termos de seus contratos com os detentores dos direitos comerciais da categoria para permanecerem no campeonato a partir de 2021, essa "bomba" vem na hora certa para as equipes barganharem mais poder político e financeiro.
É nesse clima tenso por conta desta briga política e da ameaça do coronavírus, que até o momento só provocou o adiamento do GP da China, que a temporada começa dia 15 de março, na Austrália.
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