Como o coronavírus vem afetando início da temporada da Fórmula 1
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A crise do coronavírus provocou uma decisão inédita: a segunda etapa do mundial, o GP do Bahrein, marcado para o dia 22 de março, será realizado sem espectadores. A decisão partiu dos organizadores da prova barenita, sob a alegação de que o evento "atrai torcedores de várias partes do mundo e fazer com que eles fiquem tão próximos um do outro não é o correto a fazer no momento."
Trata-se da segunda decisão mais drástica tomada por um organizador desde o início da disseminação do vírus. O GP da China, marcado para 19 de abril, foi cancelado ainda no início de fevereiro. A F-1 ainda tenta encontrar uma data para remarcá-lo, mas o avanço do vírus fez com que isso deixasse de ser uma prioridade no momento.
Muitos profissionais da categoria já estão na Austrália, onde será disputada a primeira etapa neste final de semana, incluindo boa parte das equipes Ferrari e AlphaTauri, que saíram antes do governo italiano ter decidido fechar várias regiões do norte de Itália na tentativa de controlar o vírus. A Scuderia divulgou um comunicado explicando que, pelo menos até o momento, sua participação na prova de abertura não corre risco. Havia também a preocupação em relação à fornecedora de pneus Pirelli, mas os pneus são fabricados na Turquia e a maioria dos funcionários é baseada na Inglaterra.
O hexacampeão Lewis Hamilton inclusive compartilhou em suas mídias sociais o temor pelo voo para a Austrália, publicando uma foto em que usa máscara dizendo que havia outro passageiro tossindo ao seu lado.
Na Austrália, eventos esportivos de grande porte continuam acontecendo novamente e não há expectativa de cancelamento da prova em cima da hora. No domingo, por exemplo, uma partida de críquete reuniu 86.000 pessoas em Melbourne, palco da estreia da temporada. As restrições a viagens também são poucas: quem esteve na China, Irã e Itália passa por checagens adicionais nos aeroportos.
Decisão do Bahrein pode ser única
No caso da segunda etapa, alguns fatores ajudaram os organizadores do GP do Bahrein a decidir pelo fechamento dos portões: a grande maioria dos casos de coronavírus no país é de estrangeiros, o que tem feito com que o governo esteja limitando a chegada de voos. E o público da corrida também é formado por torcedores que vêm predominantemente de fora do país, ou seja, a medida visa evitar que mais passageiros doentes desembarquem no Bahrein.
Financeiramente, é um baque que o rico reino barenita pode sofrer. A prova serve como marketing para o turismo no país, então mantê-la e garantir que ela será televisionada é uma forma de manter o lado positivo do GP sem o risco de aumentar a contaminação. Além disso, há dias a organização pediu a todos os profissionais da F-1 que têm a intenção de ir ao Bahrein para enviarem os detalhes de itinerários, a fim de que eles tratem de maneira diferenciada quem tiver passado por áreas de maior risco nos 14 dias anteriores ao desembarque.
Essa situação especial do Bahrein não se repete em muitas etapas do campeonato. A terceira, marcada para o Vietnã, dia 5 de abril, está confirmada, mas o governo tem sido muito restritivo em relação a pessoas vindas de certos países mais afetados, como a Itália, e isso pode ser um empecilho. No entanto, como a situação tem mudado rapidamente, ainda é prematuro fazer previsões sobre a prova vietnamita. A corrida seguinte seria na Holanda, no início de maio.
Do lado da Fórmula 1, a atitude tem sido esperar que os promotores tomem as decisões, como ocorreu no caso chinês e no barenita, e trabalhar com eles e as autoridades para garantir que, pelo menos, os profissionais ligados à categoria possam viajar.
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