Quarentena, Ferrari parada e GP virtual: F1 sofre efeitos do coronavírus
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O mundo da Fórmula 1 segue sentindo os efeitos da decisão de cancelar o GP da Austrália apenas três horas antes de os carros irem à pista, devido ao coronavírus. Após um de seus funcionários contrair a doença, a McLaren colocou 14 outros membros em quarentena em Melbourne, e os profissionais que se deslocaram até o país da Oceania para trabalhar na etapa não poderão retornar imediatamente a seus postos.
A situação mais grave é na italiana Ferrari. No país que conta atualmente com mais casos do coronavírus, a empresa decidiu suspensar todas as atividades, tanto da fabricação dos carros, quanto da equipe de Fórmula 1, por duas semanas.
A Fórmula 1 insistiu na realização da prova, que marcaria a abertura da temporada, até que o caso positivo fez a McLaren abandonar a prova. Isso se tornou o estopim para que as equipes se negassem a correr, em movimento liderado por Ferrari, Alfa Romeo e Renault, ao qual a Mercedes se juntou a pedido do alto escalão da montadora. A Fórmula 1 e os organizadores do GP da Austrália ainda tentaram propor saídas como realizar a prova sem público, mas os times não voltaram atrás e a opção pelo cancelamento foi feita pouco antes do que seria o primeiro treino livre, na manhã de sexta-feira em Melbourne, noite de quinta-feira pelo horário brasileiro.
Após a decisão, a maioria dos membros de equipes da Fórmula 1 foi embora no sábado à noite, depois de terem desmontado os carros e os boxes entre sexta e sábado de manhã. Mas o chefe da McLaren, Andreas Seidl, visto por muitos como peça importante para o crescimento do time nos últimos meses, decidiu permanecer por mais tempo com os membros de sua equipe que tiveram de ficar na Austrália em isolamento.
Os 14 funcionários tiveram contato com o membro do time que contraiu o covid-19. Trata-se de um dos profissionais encarregados de montar a garagem e havia sido, portanto, um dos primeiros membros do time a viajar à Austrália. O fato dele ter tido contato com vários outros membros foi importante para a decisão do time se retirar da prova mesmo antes do cancelamento.
No sábado, membros que tinham voos marcados para as próximas horas inclusive foram às compras em Melbourne para tentar fazer com que a espera dos colegas não fosse tão ruim, e compraram jogos de videogame para quem ficou em quarentena.
Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, pilotos das equipes que decidiram não correr ainda na quinta-feira à noite, voltaram rapidamente para casa, enquanto outros, como Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, decidiram ficar pelo menos até este domingo.
Mesmo retornando para a Europa, sede de todas as fábricas dos times de F-1 (a norte-americana Haas tem parte da operação na Carolina do Norte, mas a equipe que vai para as corridas sai das instalações na Inglaterra), os membros das equipes não voltarão ao trabalho. As equipes determinaram um afastamento de 14 dias para quem foi à Austrália para diminuir a possibilidade de que o vírus chegue às fábricas.
Corridas virtuais
Mas engana-se quem pensa que não haverá GP da Austrália neste domingo. Há algumas iniciativas de promover disputas online em plataformas diversas, contando com pilotos da F-1 e outras categorias. Lando Norris, da McLaren, vai se juntar a Jean-Eric Vergne, ex-F-1 e atualmente uma das estrelas da F-E, em uma prova virtual promovida pela Veloce Esports e que será transmitida via YouTube e Twitch. A largada será às 14h45 pelo horário de Brasília.
Mas o grande evento virtual será "Batalha das Estrelas do Esports", com presenças confirmadas de Max Verstappen, Nelsinho Piquet, Juan Pablo Montoya e seu filho, o líder da F-E Antonio Felix da Costa, pilotos da Indy, Felix Rosenqvist e Colton Herta, e nomes conhecidos do automobilismo virtual, como Rudy van Buren, James Baldwin e Brendon Leigh. Haverá transmissão pelo YouTube e a largada será às 10h.
A onda das corridas virtuais deve durar no mundo do automobilismo, que tem todos os campeonatos principais parados no momento por conta do coronavírus. No caso da Fórmula 1, a prova da Austrália foi oficialmente cancelada, enquanto os eventos seguintes - Bahrein, Vietnã e China foram adiados. A provas de maio também dificilmente serão realizadas nas datas previstas: Holanda e Espanha, que seriam no começo do mês, não foram oficialmente adiadas, mas a F-1 já divulgou que espera começar seu campeonato somente no final do mês ou no início de junho. Isso também coloca em dúvida o GP de Mônaco, embora a estrutura da prova tenha começado a ser montada no Principado.
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