Como estão os 29 pilotos que dividiram com Senna grid de vitória no Brasil
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O GP do Brasil de 1991 não foi apenas uma das maiores vitórias da carreira de Ayrton Senna, segundo ele mesmo. Ao segurar sua McLaren com apenas a sexta marcha nas últimas voltas daquela corrida em Interlagos, o então bicampeão mundial entrou definitivamente no imaginário brasileiro como um herói.
Depois de liderar toda a prova com tranquilidade, Senna viu sua vantagem desabar depois de começar a ter problemas de câmbio, que pioraram nas últimas 20 voltas. Quando a situação ficou mais dramática, ele mesmo duvidou que seria possível vencer pela primeira vez no Brasil. "Achei que não ia ganhar nas últimas três, duas voltas. Pensei 'se der, vai ser no grito'. Demorei tantos anos para chegar a isso e escutei tanto que agora vai ter que dar porque Ele é maior do que tudo e Ele vai me dar essa corrida. E foi isso. Deus me deu essa corrida."
Mas quem dividia a pista com Senna neste GP histórico, que terá reprise neste domingo na Rede Globo, durante o Esporte Espetacular? O UOL Esporte mostra quem é quem no grid de 30 carros daquele domingo em Interlagos e conta por onde andam pilotos como Roberto Moreno, Maurício Gugelmin, Thierry Boutsen, Satoru Nakajima, entre outros.
Riccardo Patrese
Marcado na F1 por ter permanecido por anos com o recordista de largadas, tendo competido por 15 temporadas na categoria, o italiano encerrou a carreira em 1993 e inclusive negou o convite de substituir Senna na Williams no ano seguinte. Seguindo o esporte preferido das filhas, competiu de forma amadora no hipismo até se aposentar em 2014 e, mais recentemente, em 2018, participou das 24h de Spa.
Gerhard Berger
Um dos melhores amigos de Senna no grid, Berger correu até 1997 e continuou associado ao automobilismo, primeiro como dirigente na BMW em seu retorno à F-1 logo depois, depois como acionista na Toro Rosso, entre 2006 e 2008, com uma passagem rápida na FIA e, hoje em dia, trabalhando na DTM, categoria de turismo alemã.
Alain Prost
O grande rival de Senna seria demitido da Ferrari em 1991 e tiraria um ano sabático, retornando para conquistar o tetra em 93, se aposentando de vez logo em seguida. Foi outro que seguiu trabalhando no automobilismo, com envolvimento em suas ex-equipes Renault e McLaren, além de alguns trabalhos para a TV francesa. Chegou a ter sua própria equipe, a Prost, de 1998 a 2002, mas não obteve sucesso e colecionou dívidas. Hoje com 65 anos, o tetracampeão se dedicou por algum tempo ao ciclismo antes de retornar à F1 em 2017. Hoje é presidente não-executivo da equipe Renault.
Nelson Piquet
Pilotando pela Benetton já no final da carreira na F1, o brasileiro foi quinto colocado naquele que seria seu último GP Brasil. Foi por duas vezes às 500 Milhas de Indianápolis: na primeira, sofreu um acidente bastante sério e não pôde correr. Reabilitou-se e disputou a prova no ano seguinte. Tornou-se empresário de sucesso no ramo de rastreamento de frotas de caminhões e chegou a montar uma equipe nas categorias de base, a Piquet Sports, na qual seu filho Nelsinho competiu antes de chegar à F1.
Jean Alesi
O francês encerrou sua carreira como titular na F1 em 2001, mas seguiu como piloto em diversas categorias até 2012. Hoje, dedica-se à produção de vinho no sudoeste da França e é figura presente em vários GPs, sempre acompanhando o filho Giuliano, que está na academia da Ferrari e disputaria a F2 neste ano.
Roberto Pupo Moreno
O ano de 1991 seria o melhor da carreira de 75 GPs do brasileiro na Fórmula 1, e também o mais marcante negativamente, já que ele perdeu seu lugar na Benetton na segunda metade do ano para um jovem Michael Schumacher. Moreno foi então para a Indy, onde já tinha tido experiências anteriores, ganhou corridas e fez sua última etapa na categoria em 2007. Hoje atua como coach e empresário de pilotos.
Gianni Morbidelli
Conseguiu um bom oitavo lugar naquele GP Brasil, ainda que duas voltas atrás do líder, em sua sexta corrida na F1, pela Minardi. O italiano hoje tem 52 anos e continua competindo em categorias de turismo de nível europeu.
Mika Hakkinen
O finlandês viria a sofrer um acidente no final de 1995 que quase lhe tirou a vida, mas se recuperou e conquistou dois títulos mundiais em 1998 e 1999, lutando contra Schumacher. Aposentou-se no final de 2001 da F1 e seguiu correndo no turismo alemão por alguns anos. Volta e meia aparece no paddock da F1 como embaixador de várias marcas ligadas à categoria, incluindo a Mercedes-Benz.
Thierry Boutsen
Outro grande amigo de Senna, Boutsen correu na F1 até o final de 1993, e depois voltou às competições de turismo e endurance, obtendo vários pódios nas 24h de Le Mans na década de 1990. Posteriormente, fez fortuna vendendo jatos particulares em Mônaco, onde mora até hoje.
Emanuele Pirro
Hoje atua como comissário convidado em grande parte das corridas durante o ano e vira e mexe está no meio de decisões polêmicas, como a que tirou a vitória de Sebastian Vettel no GP do Canadá ano passado
Martin Brundle
Grande rival de Senna na Fórmula 3, Brundle correu na F1 até o final de 1996 e hoje está para a Inglaterra assim como Luciano Burti está para os brasileiros: ele é comentarista de TV, em carreira que começou logo no ano seguinte da aposentadoria na categoria.
Bertrand Gachot
Piloto de três nacionalidades, Gachot ainda corria com a bandeira belga em 91, mudando para a francesa no ano seguinte. Sairia da F1 no final de 1995 e seguiria participando de algumas competições, mas seu principal negócio é a marca de bebidas energéticas Hype, que até 2018 patrocinava a Force India. Curiosamente, o time tem como origem a Jordan, uma das equipes nas quais Gachot correu.
Nigel Mansell
Rival de Senna na disputa pelo título em 91, Mansell finalmente conquistaria o título no ano seguinte, e depois seria campeão também da Indy em 1993. Chegou a tentar um retorno à F1 no final de 1994, mas sem o sucesso esperado. O "leão" competiu ainda no campeonato britânico de turismo, também sem muito brilhantismo, e dedicou-se ao golfe. Hoje tem vida pacata no paraíso fiscal de Jersey, território britânico.
Éric Comas
O francês, que corria pela Ligier naquele GP Brasil, deixou a Fórmula 1 no final de 1994, e segue correndo até hoje em competições variadas, tendo ido do turismo ao rally de carros elétricos.
Pierluigi Martini
O italiano fez praticamente sua carreira inteira pela Minardi na F1, até sair da categoria no meio de 1995, ganhando a fama de não respeitar as bandeiras azuis, mostradas aos retardatários para que abram caminho aos líderes. Fora da F1, chegou a vencer nas 24h de Le Mans em 1999, e hoje investe em motos elétricas. Curiosamente, ele chegou a ter sua morte anunciada pelo próprio ex-chefe, Giancarlo Minardi, segundo a mídia italiana, em 2013.
Éric Bernard
O piloto da Larrousse naquela temporada perderia a vaga depois de um grave acidente no GP do Japão, e retornaria para mais um ano na F1 em 1994. Seguiu na carreira de piloto em diversas categorias e, ultimamente, tem marcado presença no Rally Dakar.
JJ Lehto
O finlandês encerrou sua carreira na F1 no final de 1994 e depois teve bastante sucesso nas corridas de endurance, sendo vencedor das 24h de Le Mans em 95 e 2005. Lehto chegou a ser condenado a dois anos de prisão por homicídio após se envolver em um acidente de barco, mas conseguiu reverter o julgamento e hoje é comentarista de F1 na TV de seu país.
Andrea de Cesaris
Conhecido pelo arrojo, o italiano correu na F1 por toda a década de 1980 até 1994. Após encerrar a carreira, tornou-se profissional no windsurf e, novamente, ganhou fama por enfrentar ondas fortes, com manobras arriscadas. Morreu aos 55 anos, em 2014, em um acidente de moto.
Stefano Modena
Mesmo correndo por times com poucos recursos, conseguiu dois pódios em sua carreira na F1, que foi de 1987 a 1992. Correu em categorias de turismo, com títulos na Alemanha e na Itália. Há mais de uma década trabalha como piloto de testes da Bridgestone.
Ivan Capelli
Piloto da pequena Leyton House naquele GP Brasil, Capelli chegou a correr pela Ferrari antes de sair da F1, mas começou 1993 muito mal como companheiro de Barrichello na Jordan e foi substituído por Boutsen. Desde o final dos anos 1990, trabalha como comentarista da F1 na TV italiana.
Satoru Nakajima
Um dos pilotos trazidos pela Honda para a F1, Nakajima competiu na categoria entre 87 e 91, e até hoje segue associado com o automobilismo e com a montadora japonesa: ele é dono do Nakajima Racing, time de grande sucesso no Japão em categorias como a Fórmula Nippon e a Superfórmula, também em seu país natal. Arredio a dar entrevistas, ele falou recentemente com o UOL Esporte em especial sobre a relação dos japoneses com Senna.
Maurício Gugelmin
Quarto brasileiro do grid naquele GP Brasil 1991, Gugelmin ficou na F1 até o final de 1992 e depois fez carreira na Indy, onde correu até 2001. Voltou ao Paraná, onde trabalha em uma empresa de reflorestamento de propriedade de sua família.
Gabriele Tarquini
O GP do Brasil foi apenas uma das cinco oportunidades em que Tarquini conseguiu se classificar para uma corrida em 1991. Na época em que havia pré-classificação para formar o grid, na maioria das 78 participações, ele ficou de fora. Mas o italiano de 58 anos corre até hoje, e inclusive foi campeão mundial de turismo em 2018.
Aguri Suzuki
O piloto ficou marcado pelo pódio conquistado em casa em 1990, o único da carreira. Após sair da F1 em 1995 após um acidente justamente em Suzuka, fez carreira nas 24h de Le Mans e, assim como o compatriota Nakajima, virou chefe de equipe. Chegou à F1 em 2006, com o time B da Honda, a Super Aguri, mas acabou saindo devido a problemas financeiros após quatro etapas disputadas em 2008. Com o apoio da Honda, Suzuki segue como chefe de equipe na SuperGT.
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