Impacto da pandemia: Como somente 2 GPs podem fazer F1 perder meio bilhão
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A Fórmula 1 está fazendo um grande esforço para voltar a competir daqui a exatamente um mês, com duas corridas, dias 5 e 12 de julho, com portões fechados, na Áustria. E é fácil entender o porquê: a receita da categoria é baseada na realização dos GPs. Principalmente, os mais "exóticos", que entraram nos últimos anos no calendário. E um exemplo claro disso é a perda de mais de meio bilhão de reais caso se confirme o cancelamento de duas corridas apenas: o GP do Azerbaijão e o GP do Vietnã, que faria sua primeira prova neste ano.
Segundo apurou o UOL Esporte, estas duas corridas, que estão entre as que mais trazem dinheiro para a Liberty Media, que detém os direitos comerciais da F1 e é responsável por dividir parte do lucro às equipes, devem se juntar a Austrália, Mônaco, França e Holanda entre as provas que não serão realizadas neste ano.
Ambas são disputadas em circuitos de rua, que demandam prazos maiores para serem montados. Por enquanto, a F1 só conseguiu definir as datas para as oito primeiras provas, todas na Europa, de julho a setembro, e os organizadores de Baku estariam considerando que não podem esperar mais pela definição de uma data para seu evento. No caso do Vietnã, como a prova ficaria para outubro, os promotores julgam que o intervalo de apenas seis meses entre duas corridas (considerando que ela será mantida em abril, sua data original, ano que vem) seria negativo para o jovem evento.
Azerbaijão e Vietnã estão entre os GPs que pagam as taxas mais altas para estarem no campeonato: 60 milhões de dólares no caso de Hanói e 55 milhões de Baku, por ano. Isso é o equivalente a quase 600 milhões de reais a menos aos cofres da Liberty e, consequentemente, das equipes.
Como está o calendário e quem mais deve ficar de fora?
Não que este seja o único prejuízo com que os norte-americanos terão de arcar. Como o CEO da F1, Chase Carey, afirmou, é esperado que mais GPs se juntem aos quatro já cancelados. "Estamos pensando em metas. Nossa meta seria tentar ter uma ideia do restante do calendário até o fim do mês de junho. Esperamos que algumas corridas que estão no calendário no momento não aconteçam."
Entre elas, estão duas corridas que também são em circuitos não-permanentes: Montreal e Singapura, duas provas que, juntas, rendem mais 60 milhões de dólares à F1. O GP do Japão também não deve acontecer, uma vez que o governo tende a vetar eventos internacionais pelo restante do ano.
Até o momento, estão confirmadas oito corridas:
05/07 GP da Áustria
12/07 GP da Estíria (Áustria)
19/07 GP da Hungria
02/08 GP da Grã-Bretanha
09/08 GP do Aniversário de 70 Anos (Silverstone)
16/08 GP da Espanha
30/08 GP da Bélgica
06/09 GP da Itália
A saída que a Liberty Media vem tentando é fazer (e cobrar por) dois GPs em outros países que já pagam taxas altas, como Rússia e China, mas o UOL Esporte apurou que as negociações não têm sido positivas para a F1 até o momento no caso dos chineses, mas os russos se demonstraram abertos a receber mais de um GP em Sochi. Outra possibilidade é gastar menos, fazendo mais uma corrida na Europa. Alemanha (em Hockenheim) e Itália (Mugello ou Imola) são as candidatas.
Pelo lado do GP do Brasil, a dificuldade de outros países receberem a F1 pode ser positiva. O país é, juntamente de Mônaco, um dos dois que não pagam taxas para acolher a prova. Por outro lado, a série de cancelamentos tornará difícil a realização das 15 a 18 provas que a categoria tem como meta. Esse número não é por acaso: são números mínimos, que vão flutuando dependendo dos contratos, para assegurar o pagamento integral dos direitos de TV.
Os organizadores da prova brasileira esperam apenas a definição do restante do calendário para colocar os ingressos à venda. Outro país que inclusive já divulgou a data do evento foi o México, embora os promotores tenham lembrado que a realização da prova depende da situação sanitária na Cidade do México.
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