Red Bull oficializa protesto e questiona legalidade do carro da Mercedes
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A temporada da Fórmula 1 começou já com uma briga técnica nos bastidores: a Red Bull esperou os carros irem para a pista no primeiros treino livres da primeira etapa do ano, na Áustria para questionar o sistema DAS usado pela Mercedes. A equipe questiona se um engenhoso sistema que altera a angulação das rodas com o carro em movimento para facilitar o aquecimento dos pneus dianteiros é legal. Se a Federação Internacional de Automobilismo determinar que o recurdo do time de Max Verstappen e Alex Albon vale, a Mercedes pode perder os pontos das primeiras corridas. Caso contrário, caberá à Red Bull copiar o sistema.
O protesto é baseado em duas regras: uma diz que nenhum ajuste pode ser feito na suspensão com o carro em andamento, e outra diz que qualquer peça do carro que tenha influência aerodinâmica tem de ser rígida e manter o mesmo ângulo em relação ao carro. Como foi feito depois dos treinos livres, não prejudicaria a Mercedes em termos de pontos. Isso só aconteceria se a Mercedes usasse o sistema no domingo e a Red Bull protestasse o carro novamente.
Sabe-se desde os testes de pré-temporada que a Mercedes tem um sistema que, por meio de um movimento de puxar o volante controlado pelos pilotos, as rodas dianteiras ficam alinhadas de maneira que melhora a performance do carro. Os questionamentos da Red Bull já estavam prontos desde a Austrália, que receberia a primeira prova, mas dependiam que a Mercedes usasse o sistema em uma sessão oficial, o que aconteceu nesta sexta-feira.
O chefe da Red Bull, Christian Horner, explicou o porquê do protesto. "É um sistema muito inteligente e temos de dar todo o crédito para os engenheiros que estão por trás disso. Para nós, a questão é se está dentro das regras. É uma área cinzenta do regulamento e queremos uma clarificação até para saber como proceder no restante do ano e no próximo, já que os carros seguem os mesmos."
Horner disse que, mesmo se a resposta da FIA for positiva, a Red Bull ainda não decidiu se usará o DAS. "É um sistema muito complicado e que demanda muito trabalho. Claro que já demos uma olhada em como funciona, mas sua adoção vai depender, como no caso de qualquer peça no carro, dos custos envolvidos em termos de peso e de como ele se encaixa no nosso projeto."
Ao seu lado na coletiva de imprensa desta sexta-feira no circuito de Red Bull Ring, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, mostrou-se tranquilo em relação à legalidade de seu carro.
"Respeito a posição de Christian e essas clarificações sempre são boas. Estamos do lado certo. Discutimos muito com a FIA durante o desenvolvimento do DAS e é por isso que o temos no carro. Acho que a Red Bull vai tomar as decisões corretas. Questionamentos sobre novidades de engenharia fazem parte da F1 e esperamos não acabar com uma confusão no domingo."
Caso a FIA dê razão para a Red Bull, a Mercedes não poderia usar o DAS, caso contrário seus resultados podem ser deletados, e por isso Wolff se referiu a tentar evitar "uma confusão no domingo", quando a Fórmula 1 faz a primeira etapa da temporada.
O protesto veio pouco tempo depois que a Mercedes dominou as duas sessões de treinos livres para o GP da Áustria, e com uma margem surpreendente: Lewis Hamilton, que liderou ambas as sessões, foi mais de 0s6 mais rápido que o rival mais próximo, mesmo que o Red Bull Ring seja a pista mais curta do ano em termos de tempo de volta. E esta sexta-feira foi um dia em que várias equipes tiveram problemas para aquecer os pneus dianteiros, exatamente o alvo do sistema DAS.
O UOL Esporte ouviu do chefe da Pirelli, Mario Isola, que o emborrachamento da pista no final de semana e as temperaturas mais altas que são esperadas vão ajudar as rivais da Mercedes a aquecer melhor os pneus dianteiros. De qualquer maneira, com o protesto da Red Bull, é possível que a Mercedes evite usar o sistema na classificação e na corrida para evitar perder pontos no campeonato caso a FIA aceite as acusações.
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