Como caso de coronavírus de Perez pode fazer F1 apertar o cerco a "fujões"
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A avaliação dentro da Fórmula 1 foi positiva depois do primeiro teste positivo de coronavírus de um piloto na categoria. Sergio Perez teve um resultado primeiramente inconclusivo na quarta-feira e depois, quando repetiu o procedimento, na quinta, foi constatado que ele estava infectado. Desde o resultado do primeiro teste, ele já estava em isolamento, e permanecerá por pelo menos sete dias. Somente duas pessoas tiveram contato direto com ele - seu assistente pessoal e seu fisioterapeuta, e ambos também estão em isolamento, embora seus testes sejam negativos.
Na equipe em si, ele apenas teve contato com pessoas que trabalham no simulador do time. E, mesmo que este contato tenha sido com distanciamento social e máscaras, eles refizeram seus testes, e vão permanecer um tempo ainda isolados para que haja 100% de certeza de que não estão infectados.
Isso quer dizer que o protocolo funcionou: a F1 não tem a ilusão de que não terá casos de coronavírus nesta temporada ou mesmo na próxima, antes que todos estejam vacinados, mas busca tomar medidas para controlar um possível surto, que colocaria em risco os profissionais que estão indo para as corridas, ao mesmo tempo em que daria motivos para autoridades locais desistirem de permitir que as provas sejam realizadas. E, sem corridas, é muito difícil para a categoria gerar receita.
Chefe de Perez quer limitar viagens entre GPs
Mas qual lição poderia ser tomada do caso Perez? O chefe do mexicano, Otmar Szafnauer, apontou para a possibilidade de restringir a liberdade de todos entre as corridas. No momento, quando há provas em sequência (como as três primeiras do campeonato), em teoria todos têm de continuar em suas mini bolhas, imprescindíveis para controlar o vírus caso alguém tenha um teste positivo. Mas isso não se repete quando há mais tempo entre as corridas.
É por isso que Perez sentiu-se livre para ir para o México entre os GPs da Hungria, dia 19 de julho, e da Grã-Bretanha, neste final de semana. E seu chefe confirmou que a equipe não impôs restrições a ele neste sentido, mesmo que o México seja um dos países mais afetados pela pandemia neste momento. "Em retrospecto - e olhar as coisas em retrospecto é sempre melhor - talvez pudéssemos mudar o código de conduta e dizer que todos têm de ficar dentro da bolha ao longo da temporada. Não sei se é algo que a FIA poderia considerar. Já li o código algumas vezes e dá para notar que ele é um organismo vivo, que sofreu várias mudanças. Mas não acho que Checo errou ao voltar para ver sua família. Ele tomou todas as precauções. Não acho que é diferente da Ferrari voltar para a Itália."
O fato é que o caso positivo de Perez - que não foi o primeiro, mas os outros dois, revelados na Hungria, seriam de funcionários locais, e por isso não chamaram tanto a atenção - deve fazer com que o cerco a quem não segue as regras seja apertado.
Christian Horner foi um dos que receberam avisos por não usarem máscaras o tempo todo, e logo saiu defendendo o protocolo após o caso Perez. "É uma lembrança de que estes procedimentos estão lá por um motivo, e temos que manter estes procedimentos e fazer tudo o que pudermos para nos assegurar de que o mínimo de contato seja mantido durante os eventos, fora deles, e nas fábricas. É muito difícil e isso é um alerta de que o vírus ainda não foi embora, e vamos viajar para países em que a segunda onda está pipocando. Precisamos manter a disciplina e todos os procedimentos. E acho que tudo foi controlado e bem executado pela FIA e pela equipe dele."
Viagens de pilotos e chefes entre as corridas em sequência, que aconteceram entre as três primeiras provas, também não devem receber vista grossa da FIA, e os times também devem cobrar mais de seus pilotos e funcionários. Como Szafnauer lembrou, o caso de Perez não pode ser tratado como único somente porque o piloto viajou para um país com alta taxa de infecção: os próprios funcionários da Racing Point correm risco por, em grande parte, morarem em Northampton, que acaba de ter as regras de quarentena apertadas pelo governo britânico devido a um aumento do número de casos. "Vamos aprender com o caso do Checo para estarmos cobertos de todas as possibilidades."
Ainda não está claro se Perez terá de ficar 7 ou 10 dias em isolamento, ou seja, não se sabe se ele será substituído por Nico Hulkenberg somente no GP da Grã-Bretanha ou também na outra corrida em Silverstone, o GP do Aniversário dos 70 Anos, no domingo que vem. Isso porque o governo britânico mudou a regra que determina o período de isolamento na quinta-feira, e o primeiro teste do piloto, com resultado inconclusivo, foi feito na quarta.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.