Voo de última hora, teste de covid, carro na pista: como Hulk voltou à F1
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A Racing Point chamou um velho conhecido para substituir Sergio Perez, afastado do GP da Grã-Bretanha depois de testar positivo para coronavírus: Nico Hulkenberg pilotou para a equipe, quando ainda era chamada Force India, em dois períodos (2011-2012 e de 2014 a 2016) e estava fora das pistas desde o GP de Abu Dhabi do ano passado, sua última corrida pela Renault, disputada em novembro.
Estes são fatores que tornaram a escolha por um substituto fácil para o time: somente três corridas foram disputadas desde que Hulkenberg fizera sua última prova, os carros continuam basicamente os mesmos, uma vez que não houve grandes mudanças no regulamento entre o ano e outro, e o piloto conhece muito bem a equipe.
Mas as facilidades param por aí: Hulkenberg contou que estava na Alemanha, a caminho de Nurburgring, quando recebeu o chamado, na quinta-feira à tarde.
"Eu estava a caminho do circuito de Nurburgring para outro projeto quando recebi a ligação de Otmar. Isso foi menos de 24h atrás, então é uma sensação um pouco surreal para mim no momento, mas eu gosto de desafios e este certamente é um deles. É claro que é uma situação difícil para a Racing Point e para Checo. Ele é meu amigo, ex-companheiro de equipe, e torço para que ele tenha uma recuperação rápida. Vou entrar no lugar dele e fazer o melhor que puder pela equipe."
Enquanto era anunciado que o resultado de Perez tinha dado negativo após o primeiro teste ser inconclusivo, no início da noite da quinta na Inglaterra, ele já estava voando para o Reino Unido. Nas primeiras horas da sexta-feira, foi para os arredores do circuito fazer seu teste de covid, sem o resultado do qual não poderia entrar no paddock, como acontecera com Perez no dia anterior, e depois foi para a fábrica da equipe, que fica nos arredores do circuito, para fazer o molde de seu assento e outras modificações no carro, como o ajuste de pedais. É tudo bastante diferente, uma vez que o alemão tem 11cm a mais que o mexicano.
Só com o resultado negativo do teste de covid Hulk pôde se preparar nos boxes da Racing Point, onde chegou pouco antes da primeira sessão de treinos livres. Com 20 minutos de sessão, o alemão finalmente foi à pista. Após algumas voltas andando mais lento que Stroll, na outra Racing Point, mas ainda dentro do top 10, ele pediu para voltar aos boxes. "Posso parar um pouco? O lado direito da minha nádega está ficando adormecido", disse ele. Coisas de quem "pegou o carro emprestado" de alguém!
Pelo primeiro pódio
Hulkenberg é dono de um recorde incômodo na F1: com 177 largadas na carreira, é o piloto com mais corridas sem nunca ter chegado a um pódio. É claro que estrear nestas condições, sem qualquer experiência com o Racing Point, vai dificultar a vida do alemão, mas não deixa de ser um grande oportunidade para ele acabar com essa escrita negativa: o carro da equipe é apelidado de Mercedes rosa devido às semelhanças com o carro dos líderes do campeonato e vem tendo um ótimo desempenho neste ano. Seu agora companheiro, Lance Stroll, inclusive chegou em quarto lugar na última corrida, na Hungria.
Mas a história do chamado de Hulkenberg também tem um capítulo curioso: quando ele já estava na Renault, a então Force India trocou suas cores para o rosa devido a o acordo com a empresa BWT. E o alemão publicou um post dizendo que era por isso que ele tinha deixado o time, em tom de brincadeira:
Com a "Mercedes rosa", Hulkenberg deve disputar o GP da Grã-Bretanha e o GP do Aniversário de 70 Anos, que também será disputado em Silverstone. Isso porque a F1 divulgou que Perez teria de seguir as recomendações locais de isolamento por covid e, no Reino Unido, o governo acaba de aumentar o período de sete para dez dias.
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