As mudanças na Renault podem fazer com que o time de F1 mude de nome?
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A reorganização interna da montadora Renault pode fazer o time de Fórmula 1 mudar de nome para promover a divisão de carros esportivos dos franceses, a Alpine. Essa possibilidade ganhou força depois que o chefe da equipe de F1, Cyril Abiteboul, foi nomeado para comandar a "criação, organização e implementação da marca Alpine".
Em Monza, na Itália, onde a Fórmula 1 faz a oitava etapa da temporada neste final de semana, Abiteboul deixou claro que segue com sua função no esporte inalterada, e disse que seu papel é apresentar uma estratégia e montar as bases do projeto para retomar, de vez, o uso da marca, dentro da estratégia da Renault de "criar uma organização mais simples e mais focada em resultados, ao mesmo tempo em que fortalece a coesão, motivação e noção de pertencimento de suas várias marcas", como explicou a empresa em comunicado oficial. A estratégia faz parte das medidas anunciadas pelo novo CEO da Renault, Luca de Meo, que busca recuperar a montadora após um período de muita instabilidade e de grandes perdas por conta do coronavírus.
A Alpine era originalmente uma marca francesa de carros esportivos e de competição, nascida nos anos 1950 e que foi adquirida pela Renault em 1973, embora sempre tenha tido uma relação muito próxima com a montadora francesa. Atualmente a Renault usa o nome Alpine no Mundial de Endurance, na categoria LMP2, como parte de sua estratégia de relançamento da marca. Afinal, os carros Alpine pararam de ser fabricados em 1995, mas a Renault retomou o uso da marca há três anos.
Uma possibilidade de que foi levantada com as notícias de investimento na Alpine é de que, caso o nome seja realmente alterado, a pintura do carro também ganhe mais azul claro. O tom original da Alpine é um pouco mais escuro em relação àquele com o usado (pela parceria com uma marca de cigarros) por Fernando Alonso em seus dois títulos mundiais, em 2005 e 2006. O espanhol estará de volta ao time e ao grid da Fórmula 1 em 2021.
Abiteboul salientou a importância de a Fórmula 1 e todas as 10 equipes terem assinado o novo Pacto da Concórdia, que sela as bases principais em termos de governança e divisão de lucros da Fórmula 1 até 2025. "Agora temos, finalmente, a possibilidade de ter uma plataforma estável na Fórmula 1, uma grande plataforma de marketing. A maneira como queremos usar essa plataforma depende do que o CEO quiser. Temos uma plataforma flexível, e várias marcas", explicou o francês, que está à frente da equipe da Renault desde que os franceses retomaram o controle da equipe, que fora vendida para a Genii Capital, em 2016.
"É preciso organizar [a Alpine]: um departamento de engenharia, um de produtos, um de vendas e um de comunicação. É o que eu gosto de fazer, é o que eu tenho feito para a equipe de F1, construir uma infraestrutura e uma plataforma", disse Abiteboul, salientando acreditar que seu papel na Alpine não será permanente, e sim estratégico. Mas, é claro, parte da estratégia pode ser, justamente, usar a visibilidade da Fórmula 1 para fortalecer a estrutura a ser montada para a Alpine, de forma semelhante ao que acontece na Mercedes: o time chama-se AMG Mercedes justamente como ferramenta de marketing para a divisão de carros esportivos da marca.
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