Topo

Pole Position

Saída da Honda pode ajudar Sette Camara, mas brasileiro corre por fora

Sergio Sette Camara durante classificação do GP da Rússia de F1 - Peter Fox/Getty Images
Sergio Sette Camara durante classificação do GP da Rússia de F1 Imagem: Peter Fox/Getty Images

Colunista do UOL

06/10/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A confirmação de que a Honda vai sair da Fórmula 1 e deixar de fornecer motores para a Red Bull e AlphaTauri ao final de 2021 também pode trazer consequências para o mercado de pilotos. E há um brasileiro que está de olho nessa movimentação. Sergio Sette Camara é piloto reserva das duas equipes e busca se colocar como uma das opções caso haja mudanças nas duplas de pilotos, que ainda não estão confirmadas.

Antes do anúncio da Honda, feito na sexta-feira, eram grandes as chances de o russo Daniil Kvyat ser trocado por Yuki Tsunoda, que está atualmente na Fórmula 2. Piloto do programa da Red Bull e apoiado pela Honda, o japonês precisa de um quarto lugar (ou quinto, se a Red Bull colocá-lo em duas sessões de treinos livres neste ano) no campeonato da F2 para obter a superlicença obrigatória para pilotos da F1, algo que Sette Camara garantiu ano passado. Tsunoda é terceiro no momento, mas a briga é muito forte: sete pontos dividem ele e o sexto colocado. Faltam três rodadas duplas e são 44 pontos em jogo em cada uma delas.

Tsunoda não é visto como carta totalmente fora do baralho até porque a Honda também pode entrar em acordo para que a Red Bull assuma o desenvolvimento de seu motor, evitando, assim, que o time volte a ser cliente de uma rival direta (Mercedes, Renault ou Ferrari). Os japoneses já deram a entender que estariam abertos a uma negociação do tipo.

Sette Camara corre por fora pela vaga, uma vez que a permanência de Kvyat não pode ser descartada, ainda mais com a mudança de status da AlphaTauri, de equipe satélite para parceira, anunciada recentemente pelo chefe da Red Bull, Christian Horner. Ainda não se sabe exatamente quais os limites desta nova relação, uma vez que eles serão tratados mais como clientes, em dinâmica semelhante a Alfa e Ferrari, ou Racing Point e Mercedes, mas com uma diferença crucial: terem o mesmo dono. Certamente, o chefe da AlphaTauri, Franz Tost, terá mais autonomia para decidir o que acredita ser melhor para seu time, e menor necessidade de testar jovens para a Red Bull. A atual dupla, com Kvyat e Pierre Gasly, é a mais experiente que a equipe já teve.

Essa maior autonomia chega em um momento em que o programa de jovens da Red Bull não tem grandes opções. O estoniano Juri Vips tem 20 dos 40 pontos que precisa para a superlicença e teve a temporada complicada pelo coronavírus porque apostava as fichas na Super Fórmula japonesa. Assim como Sette Camara, que também faz a categoria neste ano, Vips está atualmente no Japão para começar o campeonato só agora, na terceira etapa, devido a restrições de viagem ao Japão. Como o calendário sofreu alterações e só terá sete corridas, será complicado para o piloto conseguir o vice-campeonato de que precisaria para ter a superlicença.

Por fim, a Red Bull também tem o neozelandês Liam Lawson em seu programa. Ele precisava de um terceiro lugar na F3 para conseguir a superlicença em 2020, e ficou com um quinto. Os outros pilotos estão mais longe da superlicença.

Não que Sette Camara esteja jogando todas as suas fichas em conseguir uma vaga de titular na Fórmula 1 ano que vem. Ele teve um bom desempenho e agradou os engenheiros em sua passagem pela Fórmula E em julho. O mineiro segue trabalhando também como piloto de testes da Dragon e pode pintar no grid da categoria de carros elétricos no ano que vem.