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Vice-lanterna Haas decide trocar pilotos e não descarta estreantes em 2021

Romain Grosjean e Kevin Magnussen, da equipe Haas - FIA Pool/LAT Images
Romain Grosjean e Kevin Magnussen, da equipe Haas Imagem: FIA Pool/LAT Images

Colunista do UOL

22/10/2020 08h52

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A equipe Haas, vice-lanterna do campeonato com apenas três pontos marcados em 11 provas, decidiu trocar totalmente sua dupla de pilotos para o ano que vem. Trata-se de um passo importante para a caçula da Fórmula 1, que vinha mantendo Kevin Magnussen e Romain Grosjean pelos últimos quatro anos.

A decisão de não renovar o contrato de ambos foi tomada há "duas ou três semanas", segundo contou o chefe do time, Guenther Steiner, em entrevista nesta quinta-feira em Portimão, Portugal, palco da 12ª etapa da temporada. Mas os pilotos só foram avisados na semana passada e, em um espaço de alguns minutos, anunciaram que não seguiriam no time na manhã desta quinta.

"Tivemos nossos altos e baixos com eles, mas você não fica por tanto tempo com os mesmos pilotos se não gostar deles. Queríamos avisá-los cedo para que eles tenham tempo de encontrar outras vagas."

Mas isso não quer dizer que a Haas tem pressa em anunciar sua dupla para o ano que vem. Steiner disse que o mercado está favorável para o time, com poucas vagas em aberto (uma na Red Bull, duas na AlphaTauri, e provavelmente uma na Alfa Romeo, já que Kimi Raikkonen deve anunciar em breve a renovação de seu acordo) e muitos pilotos no mercado.

Steiner, contudo, não quis nem dizer com quantos pilotos a Haas negocia. Há algumas semanas, ele falou em "por volta de 10 pilotos" na lista do time, mas agora diz que o número é menor. Ele, contudo, deu alguns indicativos de que a Haas não teria problemas em ter um estreante e daria preferência para um piloto que traga uma quantia considerável em patrocínio.

A descrição aponta para que um dos pilotos escolhidos seja o russo Nikita Mazepin, que está atualmente na Fórmula 2 e cujo pai inclusive já teria tentado comprar a Racing Point e a Williams. Perguntado, contudo, se a equipe vai mudar de nome no ano que vem, uma vez que o dono, Gene Haas, já tinha indicado no passado que queria vender o time, Steiner disse que isso não vai acontecer, pelo menos em 2021.

O mais provável para a outra vaga da Haas é que ela fique ou com um piloto da parceira Ferrari, que tem dois nomes que quer colocar no grid no ano que vem - Mick Schumacher e Callum Ilott, líder e vice-líder da F2 - ou com um dos pilotos experientes que estão no mercado - Sergio Perez e Nico Hulkenberg. O brasileiro Pietro Fittipaldi é piloto de testes da equipe, mas seu nome não está entre os mais cotados no momento.

Steiner disse que a decisão de trocar os pilotos foi influenciada pelas mudanças por que a F1 vai passar nos próximos anos: o regulamento fica razoavelmente estável para 2021, o que não é uma boa notícia para a Haas, mas pelo menos é uma oportunidade para que pilotos com menos experiência possam fazer seu ano de estreia dentro de um ambiente mais estável antes da extensa mudança de regras que vai acontecer em 2022.

Questões comerciais também são importantes para a equipe, uma vez que será implementado um teto de gastos. Esse teto fica abaixo do que a Haas gasta, mas se eles tiverem mais dinheiro vindo dos patrocinadores dos pilotos, isso ajuda a diminuir a diferença para outros rivais.

Quanto a Grosjean e Magnussen, eles dificilmente vão conseguir alguma vaga na Fórmula 1 ano que vem. Magnussen é quem tem mais chances, uma vez que anunciou a renovação com seus patrocinadores recentemente.