Como uma corrida para "cumprir tabela" virou uma das mais esperadas do ano
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A Fórmula 1 foi para as últimas três corridas do ano - duas no Bahrein, em traçados diferentes, e uma em Abu Dhabi - sem muitas brigas abertas. A principal delas era pelo terceiro lugar no mundial de construtores, uma vez que Lewis Hamilton e a Mercedes já tinham conquistado os títulos por antecipação. Mas uma série de eventos nos últimos dias fez com que o GP de Sakhir, neste domingo, se tornasse muito mais esperado do que era para se imaginar.
A grande expectativa é pela performance de George Russell. Afinal, assim como na estreia de Lewis Hamilton na McLaren em 2007, de Max Verstappen na Red Bull em 2016 ou de Charles Leclerc na Ferrari em 2019, é a chance de ver o que um piloto que ganhou tudo na base pode fazer com um grande carro nas mãos.
O britânico de 22 anos colecionou títulos no kart, Fórmula 4, GP3 e Fórmula 2, inclusive disputando Lando Norris e Alex Albon naquela temporada. Ou seja, em categorias em que os carros são iguais, ele ganhou tudo. Mas, na F1, acabou assinando com a Williams, a pior equipe do grid nos últimos anos, devido a sua relação com a Mercedes. Afinal, Russell é piloto do programa de jovens da marca alemã, então estava mirando em uma vaga com os heptacampeões no futuro.
Mas a chance veio um pouco antes do que ele esperava: Lewis Hamilton testou positivo para coronavírus depois de apresentar sintomas leves na segunda-feira e a Mercedes viu ali a chance de avaliar o trabalho de Russell mais de perto. Conseguiu a liberação junto à Williams e o piloto só aumentou as expectativas ao liderar os dois treinos livres da sexta-feira e se classificar a apenas 26 milésimos do pole (e bem mais experiente com o carro da Mercedes) Valtteri Bottas.
Após a classificação, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, que diz lembrar de quando Russell, aos 15 anos, lhe fez uma apresentação dando os motivos pelos quais deveria ser contratado pelos alemães, afirmou que está "impressionado, mas não surpreso" com o que o britânico apresentou até aqui.
Mas o grande desafio, para ele, ainda está por vir. Desde que estreou na F1 no ano passado, Russell nunca havia sido mais lento que um companheiro em classificações, mas, nas corridas, perdeu algumas oportunidades de marcar seu primeiro ponto. Ele teve poucas oportunidades reais: viu o então companheiro Robert Kubica o ultrapassar quando errou sob chuva com pneus de pista seca na Alemanha (na única vez que a Williams pontuou após sua chegada ao time) e relargou mal quando estava em nono nas voltas finais do GP da Toscana, mas o erro que realmente o marcou foi a batida sob regime de Safety Car, com pneus frios, no GP da Emilia Romagna. Por isso, essa chance pilotando o melhor carro do grid é tão importante até para a confiança de um piloto que mostrou nas categorias de base que tem tudo para ser um dos grandes da F1 num futuro próximo.
Volta do Brasil ao grid
A corrida também carrega uma expectativa adicional para os brasileiros, já que o país terá um representante na pista pela primeira vez em três anos. Pietro Fittipaldi está substituindo Romain Grosjean, que se recupera de queimaduras sofridas nas mãos durante um terrível acidente no GP do Bahrein. Mesmo sem andar de F1 há um ano e sem pilotar qualquer carro de corrida há oito meses, Fittipaldi ficou satisfeito por ter conseguido, em condições bastante parecidas, ficar a três décimos do companheiro Kevin Magnussen no último treino livre antes da classificação. Na definição do grid, sabendo que tinha uma punição pela troca de componentes da unidade de potência e largaria em último, ajudou o companheiro com o vácuo, na tentativa de que Magnussen passasse para o Q2. A estratégia não deu certo por menos de um décimo.
Para a corrida, o chefe da Haas, Guenther Steiner, disse que o objetivo traçado pela equipe é que ele termine a corrida. Mas o piloto quer mais. "Não é só chegar no final. Quero fazer meu melhor. Obviamente, é minha primeira corrida e é difícil treinar essa condição de corrida. Vou aprender muito ao longo da corrida. Nos treinos livres, eu andei com um carro na minha frente, mas a turbulência é bem diferente em relação a quando você tem uns seis ou sete, por exemplo. Eu estava competitivo nas simulações e o que quero é me colocar numa posição em que possa dar o meu melhor. E veremos o que acontece em termos de resultado."
Um circuito único
Por fim, a F1 não sabia muito bem o que esperar em relação ao traçado que está sendo usado, pela primeira vez, neste final de semana. É o anel externo do Bahrein, com muitas retas, poucas curvas, média de velocidade de 220km/h e principalmente muito curto. Isso deve gerar uma corrida em que administrar o tráfego e administrar os pneus ao mesmo tempo será muito importante.
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