Autor de vídeo de assédio, Mazepin viveu polêmicas dentro e fora das pistas

O caso do vídeo de assédio publicado pelo russo Nikita Mazepin, e logo depois apagado, nesta quarta-feira é o pior de uma série de comportamentos questionáveis do piloto, que vai estrear na Fórmula 1 no ano que vem, pela Haas. Dentro e fora das pistas, ele vem protagonizando polêmicas.

No vídeo, publicado nos stories do Instagram, o piloto aparece apalpando os seios de uma mulher dentro de um carro. Ela aparenta estar embriagada e ao afastar a mão do russo e segurar seu vestido, mostra o dedo do meio. O conteúdo foi apagado, mas gerou grande repercussão, com a equipe Haas divulgando nota classificando o comportamento de "abominável" e dizendo que vai "lidar com a situação internamente."

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Logo depois, saiu a declaração do próprio piloto, que não cita a mulher e se limita a se desculpar à equipe e a dizer que precisa "subir de padrão agora que estou na Fórmula 1". Em seguida, a mulher que aparece no vídeo também publicou em seu Instagram que se tratava de uma brincadeira "com um velho amigo". Eles não seguem um ao outro nas mídias sociais.

Mazepin corre com um investimento forte vindo de seu pai, Dmitry Mazepin, bilionário russo do setor de energia e mineração, com atuação em diversas empresas. Sua fortuna é calculada em mais de 7 bilhões de dólares. Esse investimento dos Mazepin é visto como fundamental para a sobrevivência da Haas, uma vez que seu dono, Gene Haas, já disse que pretende vender o time que fundou em 2015.

O caso do vídeo não é isolado. Nikita Mazepin foi banido por uma corrida depois de dar um soco no piloto britânico Callum Ilott, quando os dois estavam na F3 em 2016. Ilott foi vice-campeão da F2 neste ano e não deve correr ano que vem, já que não faz sentido repetir a F2 e não há vagas na F1.

Seus comentários nas mídias sociais também já causaram polêmica. Ele recentemente deu os "parabéns" pelo "aniversário" da Covid-19, referindo-se à data do primeiro caso registrado, E escreveu para George Russell, durante uma transmissão ao vivo do piloto britânico da Williams (atualmente substituindo Lewis Hamilton na Mercedes), que tinha "um segredo" sobre o britânico "que as pessoas podem chamar de sair do armário". E, por fim, quando um fã lhe pediu ajuda pois estava recebendo xingamentos de cunho racista de outros seguidores do piloto, Mazepin respondeu que "o mundo é assim".

Nas pistas, Mazepin ficou muito perto de ser banido por uma corrida, tendo somado 11 pontos de penalização nos últimos 12 meses - a suspensão automática acontece quando o piloto recebe 12 pontos. Quatro desses pontos foram dados na penúltima corrida do ano da Fórmula 2, no sábado, por lances com o brasileiro Felipe Drugovich e o japonês Yuki Tsunoda. Na ocasião, ele estava sendo investigado por quatro incidentes diferentes. Na última corrida, no domingo, ele teve uma atuação apagada e evitou novas punições, mas seguirá "pendurado" na F1 até que seus pontos completem os 12 meses e expirem.

Em sua carreira no automobilismo, ele contou com equipes de boa estrutura, financiadas pelo pai, a exemplo do que Lawrence Stroll fez com seu filho, Lance. Mas nunca foi campeão das categorias por que passou, tendo como melhores resultados um vice em 2018 na GP3 e um quinto no campeonato da F2 neste ano.