F1 confirma prova em Interlagos até 2025 e muda o nome para GP de São Paulo
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A Fórmula 1 anunciou oficialmente que seguirá correndo no circuito de Interlagos nos próximos cinco anos, após finalizar o acordo com um novo promotor para a prova paulistana, que também mudará de nome e passará a se chamar GP de São Paulo.
O evento será comandado pela empresa de investimentos baseada em Abu Dhabi Mubadala, que indicou o empresário Alan Adler para liderar essa nova parceria. Adler tem experiência em eventos internacionais como o Rio Open e agora chefia a Brasil Motorsport, nova responsável pela prova paulistana.
O novo modelo de negócio atualiza a relação a categoria com o país, depois de anos de parceria com Tamas Rohonyi, que comandava a Interpub, responsável pela prova. Rohonyi tem experiência de 40 anos promovendo GPs, tendo ajudado a implantar a prova em seu país natal, a Hungria, e também trabalhado no GP de Portugal. No entanto, a relação começou a ruir quando a Liberty Media, que comprou os direitos comerciais da F1 em 2016 das mãos de Bernie Ecclestone, descobriu que um acordo feito dias antes da troca de bastão isentava o Brasil do pagamento de uma taxa anual para receber a Fórmula 1 que excede os 20 milhões de dólares na grande maioria dos circuitos.
Com o novo acordo, a taxa voltará a ser paga, ainda que os valores não tenham sido divulgados.
Esse foi o começo de um desgaste que só aumentou com problemas de segurança no entorno da pista nos anos seguintes, e que fez com que a Liberty Media olhasse com bons olhos a proposta de levar o GP para o Rio de Janeiro mesmo que a cidade não tivesse um circuito.
A novela foi se estendendo ao longo de 2020 até que São Paulo convenceu a detentora dos direitos comerciais da F1 de que as mudanças pedidas haviam sido feitas. O acordo para manter a prova na capital paulista foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) em novembro às vésperas do primeiro turno das eleições municipais (no dia 12 de novembro), mas só foi assinado recentemente. A autorização da assinatura do contrato com a F1 foi publicada no Diário Oficial de 10 de dezembro.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), destacou justamente esse "grande esforço" para manter a corrida em Interlagos por mais cinco anos, destacando que a cidade tem uma "infraestrutura turística robusta, segurança e possui serviços de alto padrão. Acreditamos que a realização do Grande Prêmio, além de divulgar a cidade para todo o mundo, vai trazer contribuições importantes para a geração de empregos e renda para a população." E defendeu o investimento para manter a corrida em São Paulo porque estudos mostram que "a cada real investido na prova, R$ 5,20 voltam para a economia local".
De acordo com estudos da Fundação Getúlio Vargas, a última edição do GP Brasil, em 2019, trouxe um impacto econômico de R$ 670 milhões, com a criação de 8.500 postos de trabalho diretamente relacionados à competição. E cerca de 12 mil profissionais foram credenciados para trabalhar na prova.
Em seus últimos dias como CEO da Fórmula 1, cargo que será ocupado por Stefano Domenicali a partir de janeiro, Chase Carey disse que a Liberty está "feliz em anunciar que São Paulo vai seguir recebendo a F1 até 2025. Estamos animados para trabalhar com nosso novo promotor nos próximos anos. O Brasil é o mercado muito importante para a F1, com fãs muito atuantes e a corrida no país sempre é um dos destaques do ano, e estamos empolgados para promover mais etapas emocionantes em São Paulo."
Por fim, o novo promotor, Alan Adler apontou que, "devido a nossa experiência de trabalhar com marcas internacionais, podemos prover novas experiências para o público dentro e fora da pista."
Uma das críticas da Liberty Media em relação à prova brasileira era a inexistência de uma área destinada para os fãs fora das arquibancadas, como ocorre em todas as outras etapas do campeonato.
O GP Brasil foi cancelado em 2020 devido à pandemia, que fez com que a F1 realizasse apenas provas na Europa e no Oriente Médio. Mas a corrida de 2021 está confirmada para dia 14 de novembro.
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