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F1 tem só uma indefinição para o grid de 2021: o contrato de Lewis Hamilton

Lewis Hamilton se tornou o maior vencedor da história da Fórmula 1 em 2020 - Jose Sena Goulao - Pool/Getty Images
Lewis Hamilton se tornou o maior vencedor da história da Fórmula 1 em 2020 Imagem: Jose Sena Goulao - Pool/Getty Images

Colunista do UOL

07/01/2021 04h00

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O heptacampeão de Fórmula 1 e aniversariante desta quinta-feira, Lewis Hamilton, começa o ano de uma maneira bastante inusitada: desempregado. O contrato dele com a Mercedes acabou no final de 2020 e um novo acordo ainda não foi anunciado. Não que a vaga do piloto de 36 anos no grid esteja ameaçada. O time passou por uma mudança no controle acionário: a empresa do setor de petroquímica INEOS comprou um terço da equipe e o chefe, Toto Wolff, não só renovou seu contrato por mais três anos, como também aumentou sua participação acionária, tornando-se dono de um terço do time. O restante das ações permanece com a Mercedes, que diminuiu sua participação.

Hamilton sempre deixou claro que queria saber o cenário do time antes de começar as negociações, especialmente em relação a Wolff, que disse estar buscando um sucessor para seu cargo a médio prazo. Ainda assim, há pelo menos um ano, foram publicados rumores de que o acordo já estaria assinado, com diferentes valores e durações.

Em janeiro de 2020, a Gazzetta dello Sport, da Itália, publicou que os "últimos detalhes" de uma extensão de dois anos estavam sendo finalizados. No Reino Unido, desde o final de dezembro, jornais como o The Sun, Daily Mail e The Times vêm publicando que os detalhes estão próximos de serem finalizados, com valores que vão de 55 milhões a mais de 60 milhões de dólares anuais (de R$ 292,4 milhões a mais de R$ 319 milhões), e com extensões que vão de "pelo menos mais de um ano" a três.

Para completar a rodada de especulações, nos últimos dias o jornal italiano Corriere dello Sport publicou que a Mercedes tinha negado um contrato de quatro anos por 50 milhões de dólares ao ano (R$ 265,8 milhões) e depois divulgou que "o mais provável seria que a INEOS aceitasse pagar parte do salário milionário". O mesmo jornal italiano tinha publicado, em abril, que Hamilton queria um contrato "de quatro ou cinco anos" e, em janeiro, que o piloto estava pedindo 67 milhões de dólares anuais (R$ 356,2 milhões).

No entanto, a julgar pelas declarações de Hamilton e de Wolff nos últimos meses, três coisas ficaram claras: a necessidade de a situação da equipe estar resolvida, uma vez que a Mercedes vem implantado um plano mundial de diminuição dos gastos e não se sabia em que medida isso afetaria o financiamento do projeto da Fórmula 1 e o próprio envolvimento da montadora; que as negociações poderiam mesmo se estender (Wolff disse que, "no máximo, o contrato tem de estar fechado antes dos testes de pré-temporada", programados para março); e que mais do que dinheiro, Hamilton está pedindo influência maior para continuar defendendo suas pautas de inclusão e sustentabilidade.

Logo depois do anúncio da INEOS, o piloto disse perceber "um grande comprometimento da Mercedes, com o bônus adicional da INEOS. É ótimo ver que eles farão parte desta equipe e vão ajudar com a estabilidade do time para poder ser melhor no futuro. Vamos precisar de um empurrão para que continuemos tornando essa organização algo melhor."

Do lado da equipe, Wolff disse que Hamilton "está no auge e ficará no auge por mais algum tempo. E, por isso, continuarmos juntos é uma decisão muito fácil de tomar". Está claro que Hamilton, que passou os últimos dias nas Ilhas Turcas e Caicos, no Caribe, fica, e, em que pesem os rumores, o valor de seu contrato, que ele disse ser possivelmente seu último na Fórmula 1, muito provavelmente ficará sob sigilo.