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Ferrari aposta em harmonia de nova dupla de pilotos para se recuperar na F1
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A Ferrari só vai lançar seu carro para a temporada 2021 da Fórmula 1 dia 10 de março, dois dias antes do início dos testes coletivos, mas fez o que chamou de ''lançamento da equipe'' nesta sexta-feira (26). A Scuderia busca se levantar após viver sua pior campanha em 40 anos apostando na dupla de pilotos mais jovem desde os anos 1960: Charles Leclerc agora se torna, efetivamente, o líder da equipe, aos 23 anos, e terá a seu lado o espanhol Carlos Sainz, que substitui o tetracampeão Sebastian Vettel.
A Ferrari optou por não renovar o contrato de Vettel ainda na primeira metade de 2020 e foi atrás de Sainz, que vem de duas temporadas fortes na McLaren, tendo tido passagens por Toro Rosso - onde teve um embate equilibrado com Max Verstappen - e Renault. Sainz tem 26 anos e está começando sua sétima temporada na F1. Leclerc está iniciando sua quarta.
O monegasco disse que está totalmente recuperado depois de pegar covid-19 no começo do ano e revelou que nunca passou tanto tempo na fábrica da Ferrari antes do início de uma temporada e evitou se colocar como primeiro piloto. ''Precisamos encontrar um comprometimento. Precisamos focar na equipe. Carlos quer me bater e eu quero batê-lo, mas temos de ter cuidado quando estamos brigando na pista. Tem que haver uma separação entre o que acontece dentro e fora, onde nós dois temos que forçar para que a equipe se desenvolva. Carlos é muito competitivo, mas ele vai trabalhar para a equipe, da mesma forma que eu vou fazer.''
Depois que Leclerc e Vettel tiveram alguns altos e baixos nos dois anos em que estiveram juntos, a relação entre os pilotos é algo em que o chefe Mattia Binotto está focado. ''Só quando formos a melhor equipe vamos poder começar a pensar em lutar um contra o outro. A relação deles está caminhando muito bem e estou muito confiante justamente pela maneira como começamos. Nesta temporada, espero que Carlos seja forte, como sei que Charles também vai ser.''
Perguntado sobre a questão da falta de potência do motor do ano passado, responsável por boa parte da queda de rendimento do time que foi o segundo colocado em 2019, Binotto disse que as simulações apontam uma melhora. ''Nosso maior problema era a falta de velocidade de reta, e isso tinha a ver com a falta de potência e também com o arrasto produzido pelo carro. Baseado na nossa simulação, acho que recuperamos bastante. Espero que isso não seja tanto um problema e possamos ser mais eficientes tanto na parte aerodinâmica, quanto de potência.''
Nova estrutura
Antes do lançamento desta sexta-feira, a Ferrari divulgou mudanças na estrutura da equipe técnica, que efetivamente acabam com a divisão de performance, que tinha sido montada ano passado. Agora o líder dessa divisão de performance se torna o chefe do departamento de chassi, Enrico Cardile. O engenheiro é um dos quatro que reportam diretamente ao chefe da equipe, Mattia Binotto, juntamente de Enrico Gualtier (unidade de potência), Laurent Mekies (diretor esportivo), e Gianmaria Fulgenzi (fornecedores). Segundo a equipe, o objetivo é ''ser mais efetivo e eficiente na busca pela performance máxima''.
A mudança, na verdade, visa eliminar o buraco deixado pela saída de Simone Resta, que era o chefe de chassi. Ele foi emprestado para a Haas, em manobra que tem relação com o teto orçamentário, que entra em vigor neste ano na F1, e também com o apoio que a Scuderia está dando a Mick Schumacher, que estreia, pela equipe norte-americana, nesta temporada.
Binotto afirmou que acredita que as organizações têm de ser dinâmicas. ''E principalmente neste ano, em que estamos encarando novos desafios com o teto orçamentário. Então quisemos tornar a organização mais simples e mais limpa''.
O corpo técnico do time teve uma tarefa e tanto: fazer com que a Ferrari recuperasse o terreno perdido no motor, depois que dúvidas suscitadas pelos rivais fizeram com que a Federação Internacional de Automobilismo investigasse a fundo a unidade de potência dos italianos no final de 2019 e chegasse a um acordo sigiloso após o qual o motor, que era o melhor do grid, se tornou o pior.
Por conta de regras acertadas durante a pandemia, as mudanças permitidas ao longo de 2020 eram muito limitadas, então a Ferrari teve de esperar até este ano para tentar pelo menos recuperar o que foi perdido em termos de potência.
Além disso, na parte do chassi, eles também ficaram limitados ano passado em relação ao tanto que podiam mexer na parte não-aerodinâmica do carro, e por isso tiveram que deixar também para 2021 uma revisão em toda a parte traseira, principalmente na suspensão, para tentar resolver um problema crônico de falta de estabilidade nas freadas. Então, ainda que a Scuderia tenha motivos para acreditar que o desempenho será melhor do que aquele que lhe deu apenas a sexta posição no mundial do ano passado, também existe o risco de que a evolução não tenha sido suficiente e que, novamente, o time tenha que esperar mais um ano, até 2022, quando a F1 passará por uma extensa mudança de regras.
Os primeiros treinos livres da temporada serão realizados exatamente daqui um mês, no Bahrein. A etapa de abertura do campeonato será dia 28 de março.
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