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Favorita Mercedes lança carro que pode ser o último de seu domínio na F1
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Defendendo o heptacampeonato de construtores e pilotos e surgindo como grande favorita ao título de 2021, a Mercedes apresentou seu carro para o que tem ingredientes para ser a última temporada de seu domínio na F1. O W12 pode ser considerado uma continuação do carro vencedor do ano passado, já que as regras ficaram relativamente estáveis, mas as notícias de que a divisão de motores da Mercedes teve algumas dificuldades com a unidade de potência de 2021 são um indicativo claro de que o time de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, mais uma vez, não está parado.
Fora das pistas, depois de passar praticamente todo o ano de 2020 entre vitórias e rumores sobre o futuro de Hamilton, do chefe Toto Wolff e do próprio interesse da montadora na F1, a Mercedes renovou todos os seus contratos, mas ambos os pilotos só têm acordos vigentes até o final deste ano, então 2021 promete ser mais um ano de especulações.
Mas Hamilton não parece se importar muito com o contrato de um ano que formou. O heptacampeão disse que sua prioridade é seguir trabalhando pela diversidade no esporte, além de perseguir o oitavo título mundial, o que o consagraria com o maior piloto da história, pelo menos em termos de números. ''Eu conquistei a maior parte das coisas que gostaria de conquistar, então não há necessidade de ficar planejando a longo prazo. Acho que nós estamos passando por um período bem fora do comum e eu queria só renovar por um ano e depois a gente pode conversar por renovar por mais um, se for o caso. Minha grande prioridade para 2021 - no passado, era só uma questão de ganhar títulos - e agora é forçar pela diversidade e me certificar de que ações concretas sejam tomadas.''
Mesmo com as renovações, a equipe chega a 2021 com mudanças importantes: a patrocinadora INEOS, do setor de petroquímica, adquiriu, no final do ano passado, 33% das ações da equipe, que agora é liderada, igualmente, pela montadora Mercedes, pela empresa britânica e por seu chefe, Toto Wolff. Por conta disso, o carro deste ano tem mais detalhes em vermelho.
''Todo ano nós redefinimos nosso foco e os objetivos corretos. Pode parecer simples, mas é muito difícil e provavelmente é porque isso que não há outras equipes com sete títulos consecutivos por aí. Muitas coisas podem acontecer e é muito natural se acostumar com o sucesso e não lutar tão duro por ele'', disse Wolff. ''Mas este time não mostra nada disso. Vejo a mesma fome e paixão agora que via quando cheguei aqui em 2013. Toda temporada apresenta um novo desafio e, com isso, uma nova meta para nós atingirmos. Há desafios nas regras de 2021 que podem ter impacto em nossa competitividade, além do teto orçamentário, que vai influir no trabalho para a grande mudança de regras de 2022. São desafios que nos empolgam.''
Por que esse pode ser último ano do domínio da Mercedes?
E as mudanças não param por aí: a Mercedes é uma das equipes que vão ter que enxugar consideravelmente sua estrutura: dos mais de 400 milhões de dólares gastos nas últimas temporadas, eles terão de ficar no limite de 145 milhões de dólares (excluindo gastos com motores, marketing, salários de pilotos e os outros três maiores salários do time).
Essa é uma das medidas que a F1 vem tomando para diminuir a diferença entre as equipes - e, consequentemente, minar o domínio da Mercedes. Nunca uma equipe na F1 conseguiu ganhar tantos campeonatos consecutivamente, e a tendência é que, a partir de 2022, seja bem mais difícil para os alemães seguirem no mesmo ritmo.
Isso porque, além de ter que se adequar ao teto de gastos, a Mercedes terá de ser mais eficiente com o desenvolvimento aerodinâmico do carro. Estreia também em 2021 uma regra que limita esse desenvolvimento de acordo com a posição no campeonato. Em linhas gerais, a Mercedes poderá usar, por exemplo, 30h a menos de túnel de vento de janeiro a junho em comparação com a Ferrari, que terminou a temporada 2020 em sexto. Não é algo que deve fazer diferença de uma hora para a outra, mas cujo efeito deve ser sentido a médio prazo.
''Trabalhamos nisso ao longo de 2020 e continuamos trabalhando para ter certeza de que, em primeiro lugar, entendemos o que o regulamento dizia e, em segundo lugar, conseguimos ver todas as oportunidades desse conjunto de regras porque todo regulamento traz oportunidades, e uma vez que você vê exatamente o que elas dizem, pode adaptar nossa operação para que possamos aproveitar ao máximo e estarmos prontos para o desafio desta nova era da Fórmula 1'', explicou James Allison, diretor-técnico da Mercedes.
Mas tudo isso gera preocupações mais para a temporada 2022, quando a F1 muda de regulamento técnico. Para este ano, a tendência é que o time siga no mesmo ritmo do ano passado, em que venceu 13 das 17 provas e conquistou 25 pódios.
Como sempre, a Mercedes não está parada. O novo chefe da divisão de motores, Hywel Thomas, disse recentemente saber que ''temos problemas, mas também temos várias ideias para resolvê-las. Tenho certeza de que estaremos prontos para a primeira corrida.'' Foram três áreas em que a Mercedes focou: desenvolver ainda mais a tecnologia da unidade de potência, resolver alguns problemas de confiabilidade que foram encontrados durante a última temporada e focar em inovações que, segundo Thomas, estarão presentes no motor deste ano.
No passado recente, esse tipo de declaração acerca de dificuldades só indicou que eles não estão acomodados em seu sucesso. Em 2020, a Mercedes, mesmo favorita, surpreendeu a todos com o sistema DAS, que ajudava no trato dos pneus e que foi banido para 2021. Veremos nos testes de pré-temporada, entre 12 e 14 de março, no Bahrein, se o time terá mais alguma carta na manga. A temporada começa, também no país árabe, dia 28 de março.
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