F1 aprova corridas de classificação e GP no Brasil vai servir de teste

A proposta das corridas curtas na Fórmula 1 foi finalmente aprovada em reunião realizada entre os chefes de equipe e o comando da categoria neste sábado (13), e um dos GPs selecionados foi o do Brasil, marcado para novembro. Dentro desse novo formato, que será testado em três provas ao longo do ano, uma corrida no sábado vai servir como definição para grid do GP no domingo.

Estas corridas de classificação, que se chamarão de classificação sprint, contarão pontos para o campeonato para incentivar ainda mais os pilotos a brigarem na pista: o vencedor levará três pontos, o segundo, dois, e o terceiro, um. A prova terá 100km (ou seja, um terço da quilometragem de uma corrida normal) e não haverá trocas de pneus obrigatórias. Além do Brasil, foram escolhidos o GP da Grã-Bretanha (que será o primeiro a ter a novidade, em julho) e o GP da Itália, em setembro.

"Estas pistas foram escolhidas porque acreditamos que as provas podem ser emocionantes, já que elas costumam proporcionar isso", explicou o chefe da McLaren, Andreas Seidl. Inicialmente, o GP do Canadá estava cotado para receber uma dessas provas com formato diferente, mas acredita-se que seja difícil a realização da prova em Montreal neste ano por conta da pandemia. A temporada começa com o GP do Bahrein dia 28 de março, e depois entra em uma sequência de provas na Europa - Itália, em Imola, Portugal, Espanha, Mônaco e Azerbaijão. Estas corridas são dadas como certas. O Canadá é a primeira dúvida do campeonato, dependendo de qual será a política de entrada dos profissionais da F1 devido à covid-19.

Trata-se de uma vitória do diretor da F1, Ross Brawn, que vinha tentando implementar algum tipo de mudança, e principalmente do novo CEO, Stefano Domenicali, que entendeu quais as mudanças necessárias para acomodar os pedidos das equipes. Em pouco mais de dois meses no cargo, ele conseguiu a aprovação de algo que já tinha sido vetado pelas equipes três vezes. A proposta que foi aprovada agora, no entanto, traz várias mudanças: a ideia original era fazer uma corrida com o grid invertido, ou seja, os últimos pilotos da classificação do campeonato largariam na frente. Isso foi abandonado por Domenicali, que depois atendeu a outros pedidos dos times, como não fazer cerimônia do pódio e diminuir a pontuação que seria dada, além de adotar um nome sem a palavra "corrida". Isso porque a preocupação, inclusive dos pilotos, era de que a prova do sábado poderia tirar o valor da corrida do domingo.

A ideia dessa mudança de formato surgiu por dois motivos: trazer algo de novo para uma temporada em que os carros mudam pouco em relação ao ano passado, e para avaliar a possibilidade de, no futuro, diminuir a duração das provas, consideradas muito longas para o público mais jovem.

O chefe da Haas, Guenther Steiner, salientou que é importante estar aberto novas ideias, mas também reconhecer caso as corridas de classificação não funcionem. "Sei que há muitas pessoas no esporte que são mais conservadoras e querem voltar a tudo como era feito antigamente. Mas nós temos que ser corajosos, tanto para tentar algo novo, quanto para dizer que não funcionou se esse for o caso."

Como vai funcionar o novo formato

Apenas nos GPs da Grã-Bretanha, Itália e Brasil, a classificação será na sexta-feira, determinando o grid para o sábado. Assim, a sexta-feira terá um treino livre de uma hora antes desta sessão de classificação, com pouco tempo para as equipes se prepararem. No sábado, haverá um segundo treino livre, também de uma hora, antes da corrida curta que vai definir o grid para o GP, no domingo. As demais provas serão disputadas no formato normal, lembrando que ambos os treinos livres de sexta-feira terão meia hora a menos a partir desta temporada.