Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
F1: Briga forte no meio do pelotão faz equipes diminuírem folga dos grandes
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Os últimos campeonatos da Fórmula 1 foram marcados tanto pelo domínio da Mercedes, quanto por uma disputa muito forte no meio do pelotão. Ano passado, McLaren, Racing Point, Renault e Ferrari andaram muito próximas entre si, e isso obrigou estes times a continuarem atualizando seus carros até o final. E essa tendência está se repetindo nesta temporada de 2021: os times que mais inovaram são justamente os que estão envolvidos nesta batalha. Tanto, que o chefe da ex-Renault e agora Alpine, Marcin Budkowski, já avisou: "Agora não há mais ?meio do pelotão?, é um só".
Alguns fatores colaboram para isso: com exceção da Ferrari, estes times do ?ex-meio do pelotão? trabalham bem mais próximos do teto orçamentário de 145 milhões de dólares do que Mercedes e Red Bull, então estão sofrendo menos para se adaptar. Além disso, Aston Martin (ex-Racing Point), Alpine e McLaren têm investido muito em infraestrutura, algo que fica fora do teto orçamentário, e o time dos carros laranja contratou muito bem na parte técnica nos últimos anos. Some-se a isso o fato de um acabar forçando o outro a melhorar, já que são times que estão em um nível muito parecido, e dá para entender por que a tendência é que eles estejam mais próximos das vitórias neste ano.
E há também uma questão técnica envolvida: o regulamento deste ano prevê mudanças que visam uma perda de 10% da pressão aerodinâmica total gerada pelos carros, a fim de torná-los mais lentos, e isso costuma punir mais os times que têm carros mais rápidos — e, com isso, geram mais pressão aerodinâmica.
A temporada 2020, na verdade, já foi um prenúncio do que pode acontecer, com 13 pilotos diferentes subindo ao pódio, algo que não acontecia desde 2012. Neste ano, a julgar pelas novidades trazidas por estes times, mesmo em um ano com regulamento relativamente estável, é de se imaginar que essa tendência se acentue.
Novidades nos carros do "ex-meio do pelotão" chamaram a atenção
A McLaren foi quem mais chamou a atenção, com uma interpretação diferente das novas regras. Eles continuam usando placas mais longas no fim do difusor, embora elas tenham sido limitadas em 5cm. Isso porque elas vêm do assoalho e não mais do próprio difusor. O diretor-técnico do time inglês, James Key, se disse surpreso por outras equipes não terem seguido o mesmo caminho, diminuindo a perda de pressão aerodinâmica. Além disso, a McLaren agora tem motor Mercedes, bem mais forte que o Renault que o time usava até o ano passado.
Já a Aston Martin agora tem a basicamente toda a parte mecânica de sua traseira igual à da Mercedes do ano passado, o que é sinônimo de um carro estável. Eles são os únicos do grid que possuem um chassi novo para este ano, com entradas de ar e sidepod (as laterais do carro, onde ficam os radiadores) bastante modificados, algo que só puderam fazer porque se aproveitaram de uma brecha no regulamento, por serem clientes.
Outra que deve dar um salto é a Ferrari, que finalmente pôde mexer em seu motor, grande ponto fraco de 2020. Eles já recuperaram pelo menos 30 cavalos de potência de acordo com as primeiras estimativas, e também atualizaram sua suspensão traseira, que vinha gerando muita instabilidade e alto gasto de pneus. Nos testes, eles pareciam tranquilos, e o chefe Mattia Binotto disse que todos os dados da fábrica foram confirmados na pista.
Provavelmente a grande surpresa da pré-temporada, a AlphaTauri aparenta ter dado um salto considerável em relação a 2020, quando não estava sempre neste grupo do meio do pelotão. O time agora está usando a suspensão dianteira da Red Bull e apareceu até à frente de Ferrari e Alpine nas simulações de corrida.
Por fim, a Alpine de Budkowski surgiu com uma novidade bem visível durante o teste, com um carro mais "gordo" na parte em que fica o motor, e mais compacto na lateral. "Foi uma decisão técnica. Vimos que diminuir as laterais funciona, o que não é um conceito novo. E tivemos que realocar coisas atrás da tomada de ar em cima da cabeça do piloto. Há um comprometimento do centro de gravidade, mas o que se ganha em aerodinâmica compensa para nós", explicou o diretor executivo da ex-Renault.
Agora que a pré-temporada já acabou, o jeito é esperar pela primeira corrida, no Bahrein, dia 28 de março, para comprovar se as novidades trazidas por estes times serão suficientes para que eles se aproximem de Mercedes e Red Bull.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.