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Carros já recuperaram mais da metade do rendimento perdido com novas regras

Daniel Ricciardo, da McLaren, durante primeiro dia de testes da pré-temporada da Fórmula 1 - Mazen MAHDI / AFP
Daniel Ricciardo, da McLaren, durante primeiro dia de testes da pré-temporada da Fórmula 1 Imagem: Mazen MAHDI / AFP

Colunista do UOL

18/03/2021 04h00

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Muito se fala da redução de pressão aerodinâmica de 10% nos carros da Fórmula 1 neste ano por força de um regulamento que tentava deixá-los mais lentos, mas não deve demorar muito para os engenheiros compensarem totalmente o que foi perdido. Dados preliminares da Pirelli dão conta de que, antes mesmo de a temporada começar, mais da metade já foi recuperado.

"Não estou surpreso com a quantidade de pressão aerodinâmica que eles conseguiram recuperar, mesmo já para o começo da temporada, porque sabemos que eles são muito bons em fazer isso. Também estou contente pela decisão que tomamos ano passado, junto com a F1, FIA e as equipes, em trabalhar em duas direções paralelas: uma reduzindo pressão aerodinâmica dos carros, e outra melhorando a construção do pneu para que ela possa lidar com as forças maiores que provavelmente vamos ver na segunda metade do ano. Foi a decisão correta porque agora temos pneus mais robustos e carros que provavelmente serão tão rápidos quanto ano passado", disse Mario Isola, diretor de competições da Pirelli, fornecedora única de pneus da F1.

A ideia desse conjunto de modificações nos carros — nos assoalhos, dutos de freio e difusores — e na construção dos pneus, que ganharam mais 4mm de altura nas laterais, era impedir problemas de integridade com os pneus ao longo da temporada 2021, que será a terceira dessa mesma geração de compostos. Eles foram projetados para fazer só a temporada 2019, mas acabaram continuando primeiro por uma opção das equipes em 2020, e depois por conta da pandemia, que atrasou tanto a adoção de um novo regulamento para os carros, quanto dos pneus de 18 polegadas, que estreiam em 2022.

No entanto, para que os pneus aguentassem, era necessário frear um pouco os carros, prevendo que os times conseguiriam encontrar formas de melhorar ainda mais o rendimento. Quanto mais rápidos os carros, mais estresse os pneus sofrem.

Então é por isso que, mesmo já vendo que as equipes recuperaram até 6% do que foi tirado em termos de pressão aerodinâmica, a Pirelli está satisfeita, já que, pelo menos, os carros não estão começando o ano mais rápidos que terminaram 2020.

"Comparado com o plano inicial de ter uma redução de pressão aerodinâmica de cerca de 10%, como as equipes trabalharam muito para recuperar isso, a redução que vimos foi de cerca de 5 a 4%. Então eles já conseguiram recuperar parte dessa pressão aerodinâmica", disse Isola.

"Olhando os tempos que eles conseguiram fazer no último dia de testes, a diferença é muito pequena. Se levarmos em consideração que as condições de pista não eram perfeitas e também o nível de combustível, não acho que vimos uma grande diferença de performance em relação ao ano passado."

O melhor tempo dos testes, que foram realizados na mesma pista, no Bahrein, da antepenúltima etapa do campeonato passado, foi de Max Verstappen, da Red Bull. O holandês fez 1min28s960, 1s7 mais lento que a pole position de Lewis Hamilton na corrida realizada no fim de novembro. Corrigindo, como mencionou Isola, a quantidade de combustível estimada e levando em conta as diferentes condições de pista e de vento, calcula-se que os carros já estejam a menos de 1s, talvez até a apenas 0s6, dos tempos do final do ano passado.