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F1: entenda por que novato Tsunoda não confia em cabeleireiros europeus
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Com tanta preocupação com a reação do público e a exposição negativa das marcas, não é fácil encontrar sinceridade nas declarações dos pilotos da Fórmula 1. Eles preferem não falar muito sobre sua vida pessoal, esquivam-se de perguntas que fogem dos assuntos mais comuns do esporte. Mas não Yuki Tsunoda. O japonês de 21 anos, que faz sua estreia na temporada de 2021, pela AlphaTauri, se destaca, pelo menos neste começo, pela sinceridade, e faz questão de esclarecer, com detalhes, até por que tentou, ao máximo, resistir a cortar o cabelo na Europa.
"Honestamente, não confio muito nos cabeleireiros europeus porque o cabelo europeu é diferente do cabelo asiático", explicou o japonês à Band durante os testes de pré-temporada. "O cabelo asiático é mais duro e o europeu, mais macio. Eu sempre pergunto para os cabeleireiros japoneses o que vai acontecer se eu usar um cabeleireiro europeu e eles dizem que talvez eles tenham dificuldade porque o tipo de cabelo é muito diferente. Por isso que eu não cortava."
No entanto, com as viagens ao Japão estando bastante restritas devido ao coronavírus, Tsunoda não voltou ao seu país natal depois do final da temporada passada da F2, e não teve escolha: acabou indo ao cabeleireiro no Bahrein, onde a F1 fez sua pré-temporada e também fará sua primeira corrida do ano.
"Acabei cortando no Bahrein porque meu cabelo estava muito longo. E? não ficou perfeito. O estilo ficou muito bom, mas não era o estilo que eu gostaria. Ficou legal, mas eu não esperava que ficaria assim. Mudou bastante, porque estava muito comprido. É bom porque faz calor no Bahrein e eu posso sentir mais o vento."
Bom humor esconde um início tenso para Tsunoda
Na pista, contudo, o jovem piloto, que impressiona pela ascensão meteórica no automobilismo europeu, vindo direto do Japão para fazer apenas uma temporada de Fórmula 3 e uma de Fórmula 2 até chegar na F1, teve um teste recheado de problemas inicialmente, e deu a volta por cima no final.
No primeiro dia, Tsunoda teve um problema no sistema de combustível do motor Honda da AlphaTauri, e depois foi um dos pilotos que tiveram de enfrentar a tempestade de areia no Bahrein. A pista estava muito suja e as voltas foram inconsistentes. No segundo dia, o pedal especial que a equipe fez para conseguir fazer com que Tsunoda, que tem 1,59m, conseguisse dividir o carro com o companheiro Pierre Gasly, que tem 1,77m, quebrou, e ele perdeu mais tempo de pista.
Além disso, o DRS não estava funcionando quando ele fez sua primeira simulação de classificação, e depois ele ainda teve um problema de motor. Isso significou que Tsunoda chegou ao dia final de testes sem ter feito nem uma simulação de classificação de verdade, nem de corrida.
"Eu fiquei meio estressado. Senti como se eu não conseguisse pilotar normalmente em nenhum momento. Por exemplo, quando eu fiz minha simulação sem o DRS, a freada é muito diferente de quando você tem o DRS. E a freada faz tudo funcionar: o equilíbrio do carro, a rotação. Eu não conseguia fazer o carro girar porque ele ficava saindo de frente."
Mesmo tendo apenas uma tarde para mudar a história do teste, Tsunoda finalmente conseguiu ter quatro horas sem problemas no carro. Fez sua simulação de corrida, e fechou o teste com o segundo lugar na tabela de tempos, ainda que tenha acionado o DRS antes do que seria permitido em um fim de semana de corrida normal. De qualquer forma, foi importante para a confiança do primeiro piloto nascido nos anos 2000 a correr na Fórmula 1.
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