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F1: Em 4 meses, Ferrari recupera mais de 1s em relação à Mercedes em treino

Carlos Sainz foi o piloto mais veloz da Ferrari no primeiro dia de treinos livres no Bahrein - Divulgação/Ferrari
Carlos Sainz foi o piloto mais veloz da Ferrari no primeiro dia de treinos livres no Bahrein Imagem: Divulgação/Ferrari

Colunista do UOL

26/03/2021 14h31

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Enquanto lá na frente a Mercedes já pareceu ter dado um passo importante para resolver os problemas que tiveram na pré-temporada e a Red Bull está mesmo tão forte quanto se esperava, com Max Verstappen liderando as duas sessões disputadas nesta sexta-feira, há uma equipe que passou todo o ano passado no meio do pelotão que desperta a curiosidade no paddock da Fórmula 1 na primeira etapa do ano, neste final de semana, no Bahrein: a Ferrari.

De fato, nos primeiros treinos livres, a Ferrari já demonstrou uma recuperação bastante considerável: na comparação com os tempos da segunda sessão de treinos do GP do Bahrein do ano passado, disputado há quatro meses, tirou 1s1 em relação à Mercedes. É fato que a maioria das equipes diminuiu a diferença na comparação com os dominadores das últimas sete temporadas, mas ninguém melhorou tanto quanto o time italiano.

A queda da Scuderia foi escancarada na pista barenita ano passado: na corrida que foi disputada no final do campeonato passado, os pilotos ferraristas sequer passaram para a última parte da classificação, e o melhor tempo da equipe foi 1s3 mais lento que a pole que o próprio Charles Leclerc fez no GP do Bahrein de 2019, que aconteceu no começo do ano. Ou seja, mesmo com quase duas temporadas em que os demais carros ficaram ainda mais rápidos, a Ferrari regrediu.

Isso teve dois motivos: o principal foi o acordo que a FIA fez com a Ferrari depois de descobrir, no final de 2019, que a Scuderia driblava o regulamento para conseguir aumentar o fluxo de combustível em momentos determinados. O resultado em si desse acordo ninguém sabe. Suspeita-se que a punição foi fazer com que os carros que usam o motor ferrarista tivessem que correr com o fluxo de combustível bem mais limitado que as demais equipes, ainda que esta não seja a única versão que corre pelo paddock. O fato é que as Ferrari, as Alfa Romeo e as Haas perderam pelo menos 70 cavalos de potência ano passado.

Acredita-se que, agora, a Ferrari esteja liberada para usar todo seu motor novamente. Os italianos mudaram bastante a unidade de potência neste ano, mas não querem demonstrar muita confiança.

"Ano passado, aqui no Bahrein, a gente nem passou para o Q3, éramos muito lentos em retas. Agora, pelo menos com base nos dados até agora, em relação à velocidade de reta, estamos bem. Não parece ser uma desvantagem tão grande quanto foi ano passado", disse o chefe do time, Mattia Binotto.

A questão do motor, contudo, responde apenas por parte dos problemas da Ferrari. Ano passado, o carro era muito nervoso nas entradas das curvas, e a Scuderia mexeu bastante na parte traseira para esta temporada. Charles Leclerc disse que o carro, além de mais veloz, também está mais estável.

"Estamos tão prontos quanto é possível estar. O equilíbrio do carro, do começo até o final da curva, acho que este carro é um pouquinho melhor. É um carro um pouco mais fácil de pilotar. Tivemos sinais positivos, mas é muito difícil julgar antes que possamos colocar tudo isso à prova, o que vai acontecer só na classificação."

Que o carro melhorou, isso já parece estar claro mesmo antes da definição do grid. A questão é onde a Ferrari pode se encaixar, já que os primeiros treinos livres foram marcados pela melhora do meio do pelotão. Os 15 primeiros colocados na sexta-feira ficaram separados por menos de um segundo. Resta ver se o mesmo vai acontecer quando todos usarem toda a potência do motor na definição do grid, que será às 12h deste sábado, pelo horário de Brasília.