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Diretor de provas da F1 explica por que manobra de Verstappen foi ilegal
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O GP de abertura da temporada da Fórmula 1 no Bahrein terminou com uma briga entre Lewis Hamilton, da Mercedes, e Max Vestappen, da Red Bull e apenas sete décimos de segundo separando os dois pilotos. Com quatro voltas para o final, o holandês chegou a ultrapassar o inglês, mas logo teve de devolver a posição por ter levado vantagem ao sair da pista para concluir a manobra. O pedido veio diretamente do diretor de prova, Michael Masi, que explicou a decisão após a corrida, que acabou sendo vencida por Hamilton.
"Meu pedido para a Red Bull devolver a posição não foi por ele ter passado dos limites da pista, mas sim por ele ter ganho uma vantagem duradoura. Se ele não tivesse devolvido a posição, eu faria uma referência para os comissários, e eles aplicariam a pena que achassem mais adequada. Poderia ser 5 ou 10s", afirmou o australiano.
Após a prova, houve quem questionasse nas mídias sociais por que Hamilton, que ultrapassou os limites de pista por várias vezes exatamente naquele ponto da pista, a saída da curva 4, não foi punido por isso. O inglês chegou a receber uma advertência no decorrer da corrida.
"São duas coisas bem diferentes", disse Masi. "Primeiro, o que foi conversado com os pilotos na reunião de sexta-feira foi que, se uma ultrapassagem acontecesse na curva quatro com um piloto saindo da pista e ganhando uma vantagem duradoura, eu iria para o rádio e sugeriria para a equipe que a posição fosse devolvida. Isso foi feito de maneira muito clara. Em relação à tolerância que foi dada para pilotos saírem da pista durante a corrida, foi mencionado muito claramente na reunião que isso não seria observado, embora o código esportivo tivesse que ser seguido em relação a ter uma vantagem duradoura no geral."
Ou seja, após os treinos livres, os pilotos pediram para que a direção de prova fosse menos rígida em relação aos limites de pista daquele ponto específico, e ficou decidido que seria permitido sair da pista ali, desde que não se ganhasse uma vantagem duradoura, ou seja, desde que o artigo 27.3 do regulamento esportivo fosse cumprido. Ou seja, o ato de sair da pista naquela curva não era entendido como uma vantagem por si só. "Nós tínhamos duas pessoas só observando o que estava acontecendo naquele trecho. E todos os carros estavam fazendo o que nós esperávamos que fizessem. Alguns carros estavam saindo da pista ali, mas não era uma coisa constante", disse Masi.
Vários pilotos, como Charles Leclerc, da Ferrari, confirmaram que a instrução da direção de prova era mesmo de que os limites de pista não seriam observados naquele ponto da pista. Possivelmente, isso tem a ver com o fato de os carros estarem mais ariscos após uma mudança de regras no assoalho, difusor e dutos de freio traseiros que tiraram, segundo estimativas da Pirelli, cerca de 5% da pressão aerodinâmica dos carros.
Verstappen chegou a questionar se não teria sido melhor sua equipe não lhe pedir para que ele devolvesse a posição logo de cara e esperar pela punição, esperando que ela pudesse ser de apenas 5s e prevendo que ele conseguiria abrir essa vantagem na pista. Depois, porém, ele recuou. "Eu acabei saindo um pouco da pista e tive de entregar a posição de volta. Mas naquele momento meus pneus tinham acabado e não consegui atacar de novo", explicou Verstappen.
A tática da Red Bull, depois que a Mercedes foi agressiva no início e antecipou a parada de Hamilton, ganhando a posição após Verstappen fazer sua parada algumas voltas depois. A Red Bull, então, entendeu que só poderia ganhar a posição de volta se Verstappen ficasse por mais tempo na pista na parte final, atacando nas últimas voltas. A tática deu certo, mas o holandês acabou não conseguindo concluir a ultrapassagem. Hamilton conseguiu se segurar na ponta com pneus bastante desgastados, disse que perdeu "alguns anos de vida" por conta da emoção da disputa, mas saiu com a vitória, sua primeira em uma etapa de abertura da temporada em seis anos.
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