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Mazepin teve estreia desastrosa da F1, mas não se preocupa com vaga na Haas
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A estreia de Nikita Mazepin na Fórmula 1 chamou a atenção - e não pelos melhores motivos - no último final de semana, no Bahrein. O russo rodou nos treinos livres, por duas vezes na classificação, e por fim bateu ainda na primeira volta da prova. Como o piloto reserva do time norte-americano é o brasileiro Pietro Fittipaldi, a péssima performance do estreante logo jogou a pergunta no ar: e se a Haas cansar dos erros de Mazepin?
O piloto de 22 anos parece estar longe de se sentir pressionado. Mesmo depois dos erros nos treinos livres e na classificação, a cerca de duas horas da corrida, ele percorria o paddock do Bahrein tranquilo. A cena, bastante incomum, chamou a minha atenção, e fui comentar isso com ele, dizendo que nunca tinha visto um piloto tão tranquilo antes de um GP. Afinal, quanto mais perto do horário da corrida, mais dá para notar que o semblante dos pilotos vai sendo tomado pela concentração. Mas Nikita respondeu: "Não tenho nada com que me preocupar."
Após bater na saída da segunda curva da segunda volta, os ânimos de Mazepin tinham mudado, como revelou o chefe da Haas, Guenther Steiner. "Ele estava bem arrasado. Só disse a ele para manter a cabeça em pé e seguir adiante. Claro que o que aconteceu não é o ideal, mas aconteceu."
Essa leniência de um chefe que ficou famoso pelas reações furiosas aos erros de seus pilotos, como mostrado na série da Netflix, Dirigir para Viver, que mostra os bastidores da F1, tem motivo. É claro que foi apenas uma estreia e Mazepin tem totais condições de evoluir. E Steiner sabe muito bem das deficiências do carro da Haas, que há anos tem o sistema de freios criticado pelos pilotos - que ano passado eram os experientes Kevin Magnussen e Romain Grosjean - e que basicamente não é atualizado desde 2019.
Mas toda essa confiança do russo, que foi quinto colocado na Fórmula 2 ano passado, também vem do fato que a empresa de seu pai, a Uralkali, é a patrocinadora principal da equipe, tendo sido fundamental até para a continuidade da Haas no grid.
O time chegou a ser colocado à venda ano passado, mas o dono Gene Haas mudou de ideia. Afinal, o investimento russo, estima-se, é de mais de 20 milhões de dólares, o que seria equivalente a pouco mais de um quinto de todo o orçamento. A Haas também tem patrocínios trazidos pelo companheiro de Mazepin, Mick Schumacher, mas o espaço que eles têm no carro mostram uma diferença considerável em termos de valor.
Ou seja, embora o pai bilionário de Mazepin, Dmitry, não tenha efetivamente comprado a equipe, seu alto investimento faz com que a Haas dependa em certa medida dele. E isso ajuda a explicar por que Nikita pode até ter ficado bastante decepcionado pela batida na estreia, mas não se sente ameaçado em relação a seu lugar na equipe.
Com ou sem Mazepin, a Haas, por não desenvolver seu carro há tanto tempo, é a grande candidata ao último lugar no campeonato de construtores em 2021. O projeto da equipe é usar o investimento trazido pelo russo e Schumacher para focar no carro de 2022, quando a Fórmula 1 terá grandes mudanças nos carros.
Do lado de Fittipaldi, a dificuldade que os dois estreantes vêm tendo com o carro - Schumacher também rodou na corrida e foi o último - mostram como ele fez um bom trabalho nas duas corridas em que substituiu Grosjean no final da temporada passada, como destacou Steiner durante os testes de pré-temporada. "Ele não fez nada de errado, e naquelas condições não poderíamos ter pedido mais." Neste ano, o brasileiro segue como reserva na Haas, mas vai correr na Indy e no endurance, no European Le Mans Series.
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