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Como funciona a nova regra que é a aposta da F1 para ser mais competitiva
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Imagine que o time Campeão Brasileiro pudesse treinar, por exemplo, uma hora por mês a menos que o segundo colocado, duas horas a menos que o terceiro, até chegar a 19h a menos que o último. A diferença entre os times não acabaria da noite para o dia, mas o cenário poderia mudar com o tempo. É algo parecido com o que a Fórmula 1 está tentando com uma regra que começou a valer em janeiro deste ano.
Ao invés de horas de treinamento, a moeda é desenvolvimento aerodinâmico. Quanto mais à frente a equipe estiver no campeonato, menos horas terá direito a usar para melhorar o carro no túnel de vento e fazendo as simulações de CFD (a versão computadorizada do estudo aerodinâmico).
E o melhor de tudo isso é que o sistema que vai controlar esses limites já existia. Então já é algo seguro e comprovado, além de não gerar custo extra. Unindo isso com o teto orçamentário, que atinge principalmente Mercedes, Red Bull e Ferrari, e em menor medida Alpine, Aston Martin e McLaren, trata-se de um desafio real para os times grandes manterem, a médio prazo, a vantagem em relação aos menores.
Neste primeiro ano, a diferença entre as equipes será de 2,5%, o que significa que a campeã de 2020, a Mercedes, terá 22,5% a menos em seu tempo de desenvolvimento aerodinâmico que a última colocada, a Williams.
Esse tempo total é contabilizado a cada oito a dez semanas e, após dia 30 de junho, o sistema será resetado. Ou seja, quem estiver na frente no campeonato neste dia, passará a ter menos tempo de desenvolvimento aerodinâmico. No final do ano, o mesmo processo é feito.
Mas o que são 2,5%? Um bom exemplo é a comparação entre a primeira colocada Mercedes e a quarta, Aston Martin: ao final de seis meses, os heptacampeões vão ter tido direito a usar 18h a menos de túnel de vento, além da restrição ao CFD, que tem uma matemática mais complicada. Em relação à Williams, a diferença será de 54h.
O diretor técnico da Mercedes, James Allison, explicou que a saída para um time como o alemão é desenvolver protocolos que permitam extrair o máximo de conhecimento de cada minuto no túnel de vento. "Se tivermos só uma tentativa disponível no túnel de vento, vamos torná-la o mais valiosa possível. Se só pudermos fazer um cálculo pequeno de CFD, vamos criar uma abordagem para que ele seja valioso. Então nosso trabalho é tentar neutralizar o efeito dessas novas regras".
Para completar, a diferença entre as equipes vai aumentar em 2022, e ficará estável até 2025. Ao invés de 2,5%, as diferenças serão de 5%. Ou seja, haverá 45% de diferença entre o tempo e quantidade de simulações feitas pela primeira colocada em relação à última.
Dá para entender por que essas restrições têm potencial enorme para mexer seus pauzinhos no grid. Até porque a maior parte do desenvolvimento em túnel de vento e CFD neste ano será feito já visando no carro de 2022, com regras aerodinâmicas completamente diferentes das atuais, o que torna essas simulações ainda mais importantes.
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