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F1: Por que Hamilton foi reto ao errar e apertar "botão mágico" no volante?
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Lewis Hamilton cometeu um erro incomum na relargada do GP do Azerbaijão quando acionou uma configuração que fez com que o carro não conseguisse parar na primeira freada. O inglês foi reto e, saindo da pista a duas voltas do fim da sexta etapa do campeonato da Fórmula 1, não conseguiu terminar a corrida, disputada no último domingo (06), na zona de pontuação.
Com isso, o heptacampeão jogou fora uma chance de ouro de retomar a liderança do campeonato mesmo após um fim de semana difícil, em que ele sofreu para se acertar com o carro. Naquele momento da prova, a corrida estava sendo reiniciada justamente após um acidente com seu rival Max Verstappen, que teve um pneu furado enquanto liderava a corrida e partia para ampliar em 11 pontos sua vantagem na ponta do campeonato. Com Verstappen de fora e Hamilton terminando em 11º, sem pontuar, a vantagem do piloto da Red Bull segue em quatro pontos. A corrida foi vencida pelo companheiro de Verstappen, Sergio Perez.
Mas o que é esse tal "botão mágico", como o inglês o chamou, e por que Hamilton o deixou ligado?
Antes da relargada, era claro que o piloto tinha trabalhado bastante os freios dianteiros, já que muita fumaça saía deles. Isso foi feito com a ajuda do tal botão mágico, utilizado já há algum tempo: trata-se de uma configuração que joga o equilíbrio do freio para frente, para fazer com que o eixo dianteiro trabalhe mais. Isso é feito porque é mais difícil aquecer os pneus dianteiros do que traseiros e, no caso da Mercedes, há uma desvantagem nesse sentido em relação à Red Bull em largadas e relargadas - desvantagem que aumenta quando se usa os pneus mais macios da gama da Pirelli, como era o caso naquele momento.
Então Hamilton estava muito focado em preparar seus pneus da melhor maneira possível, e usou o "botão mágico" (que, acredita-se, não é exatamente um botão, mas sim uma espécie de interruptor) até parar na sua posição no grid. Depois, de acordo com a conversa que ele teve com seu engenheiro ainda no carro, Hamilton teria desligado o sistema e, logo em seguida, religando-o novamente sem perceber.
Notando que o carro não parou na primeira curva, já que praticamente só os freios dianteiros estavam funcionando, Hamilton logo questionou via rádio. "Eu deixei o botão mágico ligado? Podia jurar que tinha desligado!" E seu engenheiro confirmou que ele tinha ligado-o novamente, no que o chefe da Mercedes, Toto Wolff, classificou como "um problema de dedo".
Há quem possa perguntar se o engenheiro não poderia ter avisado Hamilton, mas isso não é permitido em procedimentos de largada, nos quais os pilotos têm de decidir sozinhos sobre configurações, como ponto de embreagem etc.
O tal botão mágico não é o mesmo botão ou botão giratório, dependendo da equipe, que controla o equilíbrio de freio em si. Isso é feito pelos pilotos ao longo da prova, dependendo do comportamento do carro e do composto que eles estão usando, mas as mudanças são sutis: jogar os freios para os pneus dianteiros em 1% já gera diferença para os pilotos. No caso do botão mágico, a porcentagem da força que vai para os freios dianteiros é de 90%, a fim de ajudar na transferência de calor para os pneus. A configuração também trava a regeneração de energia por meio dos freios.
Essa não é a primeira vez que Lewis Hamilton se atrapalha com botões no seu volante: no seu ano de estreia, em 2007, ele perdeu o campeonato depois de esbarrar no limitador de velocidade de boxes no início do GP decisivo, no Brasil. Aquele erro fez com que a McLaren, seu time na época, criasse dois mecanismos para que isso não pudesse mais acontecer: o botão passou a ter uma espécie de barreira nas laterais e passou a poder ser acionado apenas com o carro em primeira ou segunda marchas. É muito provável que a Mercedes também crie algum mecanismo para evitar que isso volte a ocorrer.
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