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Verstappen vê Hamilton sob pressão e pede que Red Bull não foque em 2022

Verstappen, da Red Bull, cumprimenta Lewis Hamilton, da Mercedes - LLUIS GENE/AFP
Verstappen, da Red Bull, cumprimenta Lewis Hamilton, da Mercedes Imagem: LLUIS GENE/AFP

Colunista do UOL

10/06/2021 04h00

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Experimentando a vida de líder do campeonato da Fórmula 1 pela primeira vez, Max Verstappen acredita que o erro de Lewis Hamilton na corrida do último domingo, em Baku, mostra que seu rival está vivendo uma pressão que, há tempos, não tinha. Por isso, o holandês pede que sua equipe, a Red Bull, aproveite o momento para seguir desenvolvendo o carro e indo para cima da Mercedes.

Hamilton, que está a quatro pontos de Verstappen no campeonato, acionou um comando acidentalmente em seu volante na tentativa de superar o outro carro da Red Bull, de Sergio Perez. A briga valia a vitória do GP do Azerbaijão e, naquele momento, Hamilton já tinha pontos suficientes para passar Verstappen no campeonato, pois o holandês tinha sofrido um furo no pneu e estava fora da prova.

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A decepção pelo pneu furado em Baku virou alívio após erro de Hamilton
Imagem: Reprodução/TV

"Todo mundo comete erros sob esse tipo de pressão que estamos sofrendo", disse Verstappen. "Aconteceu comigo também. Lewis agora está em uma situação nova em relação aos anos anteriores. Nas últimas temporadas, seu companheiro de equipe era seu único adversário. Agora é a primeira vez que essa pressão vem de um piloto com um carro diferente, e isso dá uma dimensão completamente distinta."

E Verstappen quer aproveitar o momento para colocar ainda mais pressão em Hamilton e na Mercedes, que também errou no pit stop de Valtteri Bottas em Mônaco e sofreu para encontrar o melhor acerto para o carro nas duas últimas corridas. Para isso, o holandês pede que a Red Bull não pare de desenvolver seu carro, mesmo que isso custe desempenho em 2022, quando a F1 passará por uma extensa mudança de regras.

Por causa dessa novidade, muitas equipes já estão quase totalmente focadas no carro de 2022, mas Verstappen não quer trocar o certo pelo duvidoso. "Se quisermos vencer a Mercedes, não devemos desistir, temos que continuar trazendo novas peças para o carro. Enquanto a chance do título mundial for grande, temos que continuar com o desenvolvimento. Seria estúpido jogar algo fora agora só para focar no próximo ano. Quem lhe dá a garantia de que vamos vencer ano que vem se nos concentrarmos totalmente no carro novo agora? Confio muito nos nossos engenheiros. Eles também podem fazer um carro forte em 2022 mesmo com menos tempo".

Red Bull erra menos que Mercedes

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O pit stop de Lewis Hamilton, que acabou com as suas chances no GP do Azerbaijão
Imagem: Reprodução/TV

Verstappen também acredita que a Red Bull tem errado menos que a Mercedes, e isso pode ser importante na disputa. "Eu diria que, no geral, nossos erros são menores. Por exemplo, eu posso confiar que 99,9% dos meus pit stops serão rápidos", disse o piloto, cuja equipe, mais uma vez, fez a parada mais rápida do GP no último domingo, trocando seus quatro pneus em 1s9, enquanto é muito raro que a Mercedes consiga fazer pit stops abaixo de 2s. Em Baku, a parada de Hamilton foi bem lenta —4s6— mas desta vez por causa do trânsito.

Por outro lado, o furo no pneu quis dizer que Verstappen não conseguiu usar a vantagem que tinha em termos de ritmo em Baku para aumentar sua vantagem e, na França, é esperado que a Mercedes se recupere. Depois vêm duas corridas na Áustria, onde a Mercedes costuma sofrer com a superfície lisa e a briga deve ser mais equilibrada. Em um campeonato tão apertado, até mesmo os cancelamentos de etapas que estão programadas para a segunda parte do ano podem ser decisivos: Singapura, outra pista em que a Mercedes, historicamente, tem problemas, está fora do calendário, e o mesmo pode acontecer com o GP do México, mais um circuito problemático para eles.

Na próxima etapa, na França, Verstappen avalia que a Mercedes voltará a estar mais forte, o que também deve acontecer em Silverstone, em julho. Dali em diante, acredita que a relação de forças pode ir mudando de acordo principalmente com a administração dos pneus e da estratégia. Se a F1 conseguir cumprir seu calendário de 23 corridas, isso quer dizer que ainda faltam 17 corridas pela frente.