Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
F1: Pole de Verstappen prova que Mercedes enfrenta maior ameaça desde 2014
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Não poderia haver sinal mais claro de que a Red Bull é a rival mais forte que a Mercedes já enfrentou de 2014 para cá do que a pole position de Max Verstappen no GP da França. Em um circuito em que os alemães lideraram todos os treinos livres, classificações e na qual venceram tanto em 2018, quanto em 2019, desde que a pista de Paul Ricard voltou ao calendário, o holandês não só foi melhor na classificação, quanto também foi mais veloz nas simulações de corrida.
Mas Lewis Hamilton ainda não jogou a toalha: ele acredita que as mudanças que a Mercedes fez no carro neste sábado melhoraram de forma considerável o equilíbrio, e podem fazer com que a corrida seja diferente do que as simulações da sexta-feira. Outra cartada da Mercedes é o clima: Toto Wolff acredita que, se chover (e existe uma possibilidade, ainda que pequena, de chuva), a configuração escolhida por seu time é melhor que o da Red Bull.
Mas nada disso esconde o fato de que, até aqui, Verstappen e e a Red Bull foram melhores. E a maior parte da vantagem de quase quatro décimos do holandês veio nas retas. Isso, mesmo que o GP da França seja a primeira corrida em que está valendo um novo teste para as asas traseiras, que coíbe a utilização de asas mais flexíveis. Isso, em teoria, seria prejudicial para a Red Bull, mas eles já tinham mostrado no Azerbaijão, quando usaram uma asa bem menos flexível que em provas anteriores, que não precisavam disso para andar bem.
Perguntado se a diferença de velocidade tinha a ver com a questão aerodinâmica ou se era mais uma vantagem do motor Honda, que é novo neste fim de semana para as duas Red Bull. "Provavelmente, um pouco dos dois. Acredito que o motor novo da Honda tem mais potência. E, do lado da aerodinâmica, eles estão usando uma asa traseira que gera muito menos resistência ao ar do que nós, o que é bom para eles em termos de tempo de volta. Para nós, não teria funcionado. No caso deles, mesmo com essa asa menor, eles conseguem ir bem nas curvas. Para a corrida de amanhã, se chover isso pode ser uma vantagem para nós. Mas, no final das contas, é uma questão de ter os pneus na temperatura certa, como sempre."
Na verdade, o cenário não é muito diferente do GP da Espanha, quando a Red Bull também usou uma asa de pouca pressão aerodinâmica que a Mercedes. Naquela ocasião, Verstappen passou Hamilton no começo da prova, e ele sofreu para conseguir dar o troco. A Mercedes, então, chamou-o para os boxes para uma segunda parada e, com pneus novos, o inglês superou o holandês.
Na França, a asa maior deve ajudar Hamilton a proteger seus pneus da mesma forma que na Espanha, mas o asfalto em Barcelona é mais abrasivo, ou seja, a diferença não deve ser tão grande. A expectativa para a estratégia é de que os pilotos façam somente uma parada, trocando os pneus médios (com os quais todos os pilotos do top 10 vão largar) pelos duros.
Desta vez, Verstappen e Hamilton têm seus companheiros, Sergio Perez e Valtteri Bottas, largando em quarto e terceiro lugares. Perez até vinha com uma boa volta na classificação, mas seu último setor foi ruim. O mexicano, contudo, teve um ritmo de corrida melhor que o de Bottas nos treinos livres.
Mais atrás, novamente as Ferrari se classificaram à frente das McLaren, mas a tendência é que os carros laranjas sejam mais fortes na corrida. E quem se deu bem na classificação foi Pierre Gasly que, mesmo pressionado após ter a primeira volta do Q3 deletada, fez o sexto tempo, se colocando entre as Ferrari. Seu companheiro Yuki Tsunoda, que rodou logo no início da classificação e vai largar em último, deve movimentar a corrida no fim do pelotão.
O GP da França tem largada às 10h da manhã pelo horário de Brasília, e a transmissão na TV Bandeirantes começa às 9h30.
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