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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Mercedes tenta se reerguer em pista que complicou a vida do time no passado

Lewis Hamilton, da Mercedes, à frente de carro da Red Bull na Áustria - LAT/Mercedes
Lewis Hamilton, da Mercedes, à frente de carro da Red Bull na Áustria Imagem: LAT/Mercedes

Colunista do UOL

25/06/2021 04h00

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Em 2018, a dobradinha da Mercedes na classificação se tornou um abandono duplo, com problema de câmbio e de pressão de combustível, com direito a erro na estratégia no meio do caminho e uma performance não tão forte quanto nas corridas anteriores quando o carro se viu no meio do pelotão. Em 2019, o GP da Áustria marcou a primeira vez em que o time foi batido naquela temporada, com o carro tendo problemas de superaquecimento.

E mesmo as duas vitórias nas corridas disputadas no Red Bull Ring ano passado tiveram seus dramas: como o carro era mais sensível às trepidações no ataque às zebras, que são altas em alguns pontos no Red Bull Ring, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas foram instruídos a saírem da pista porque isso estava afetando o câmbio e, assim, seu tempo de volta foi prejudicado.

Isso não impediu a vitória de Bottas na primeira corrida austríaca, tamanha a vantagem da Mercedes principalmente no início da temporada passada, mas com o desempenho dos carros pretos e os da Red Bull tão parelho no momento, os alemães simplesmente não podem se dar ao luxo de ter esse tipo de problema em 2021.

"Temos um carro bom em corrida", avalia o chefe de engenharia, Andrew Shovlin. "Em um circuito normal, conseguimos colocar pressão em cima deles. Mas sabemos que, para fazer isso, vencer corridas, é preciso estar próximo da perfeição."

O que falta para a Mercedes no Red Bull Ring?

hamilton - Mark Thompson/Getty Images - Mark Thompson/Getty Images
Lewis Hamilton ataca a zebra durante os treinos livres do GP da Áustria de 2017
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Embora os problemas que tiraram dobradinhas da Mercedes no Red Bull Ring tenham sido técnicos, o fato de detalhes terem feito tanta diferença nos resultados dos anos anteriores aponta para uma vantagem menor da Mercedes na pista austríaca.

Mas por quê? Na verdade, não há nada errado no Red Bull Ring para a Mercedes, mas também não é uma pista em que o carro pode mostrar suas grandes vantagens. Não há muitas curvas de alta, por exemplo, onde o carro da Mercedes sempre se dá bem. O asfalto é mais liso, então a vantagem no trato com os pneus não é tão relevante. E as retas não são longas (o que foi um ponto positivo no passado mas, neste ano, não é mais, com o avanço da Red Bull neste quesito). "É uma volta muito curta, com poucas oportunidades de se ganhar tempo. Isso faz com que as margens sejam sempre muito pequenas", explicou o chefe da Mercedes, Toto Wolff.

Então não é surpresa que o time de Hamilton e Bottas esteja jogando o favoritismo para cima dos donos da casa, que ganharam na Áustria em 2018 e 2019. "É um circuito em que a potência fala alto. Mas se maximizarmos tudo dá para dar trabalho para eles", disse Hamilton.

Mas nem tudo são más notícias para a Mercedes: o carro tem sido configurado com mais resistência ao ar do que a Red Bull, que descobriu uma maneira de trabalhar melhor com a filosofia de seu assoalho (bem diferente da rival), mas na altitude a diferença tende a ser menor. E as temperaturas não devem estar tão altas quanto nas corridas anteriores —inclusive, há a possibilidade de chuva para o domingo.

Além disso, Wolff afirmou que a equipe vem com "uma série de melhorias" depois da derrota no GP da França (em pista na qual havia dominado no passado). Ele não entrou em detalhes, mas em Paul Ricard houve um erro de cálculo por parte do time, e a Red Bull foi mais feliz na configuração do carro, mais veloz em retas. É por isso que o líder do campeonato, Max Verstappen, que tem 12 pontos de vantagem, quer evitar o favoritismo. "Nós tivemos bons resultados no passado nesta pista, mas isso não é garantia nenhuma. Temos que acertar bem o carro e ler as condições climáticas e da pista. Espero que seja outra batalha apertada".

Nos treinos livres para o GP da Estíria, Max Verstappen, da Red Bull, voltou a ser o mais rápido, nesta sexta-feira. O holandês anotou 1min05s412 em sua melhor volta e foi ainda mais rápido do que no primeiro treino livre (1min05s910). Verstappen foi seguido por Daniel Ricciardo, da McLaren, com 1min05s748 e Esteban Ocon, da Alpine, com 1min05s790. Já Lewis Hamilton, da Mercedes, terminou com o quarto melhor tempo (1min05s796).

A classificação será às 10h (de Brasília) do sábado e a corrida começa no mesmo horário, no domingo. Na TV Bandeirantes as transmissões em ambos os dias começam às 9h30.

A Red Bull vem de três vitórias seguidas em cima da Mercedes em Mônaco, Azerbaijão e França. Além da corrida deste final de semana, que leva o nome de GP da Estíria, a nona etapa, no próximo fim de semana, também será disputada no Red Bull Ring.