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Por que o GP da Áustria teve tantas punições (até depois da bandeirada)?
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O alto número de investigações e punições chamou a atenção no GP da Áustria, vencido com facilidade pelo líder do Mundial, Max Verstappen. Foram oito penalizações no total, para seis pilotos (sendo que dois foram punidos duas vezes pelo mesmo tipo de infração) e as investigações continuaram até horas após a prova.
Os lances foram distintos: Lando Norris, que terminou a corrida em terceiro lugar com a McLaren, e Sergio Perez, que foi o sexto com a Red Bull, foram punidos por não terem dado espaço durante lutas por posição (a do inglês foi justamente contra o mexicano, e depois Perez se desentendeu com Charles Leclerc, da Ferrari). Norris pagou seus 5s de punição durante sua parada no box e Perez, que já tinha feito sua troca de pneus quando foi punido, teve 10s adicionados a seu tempo total. Assim, ele cruzou em quinto, mas foi classificado em sexto.
"Os comissários entenderam que, no primeiro lance, Sergio estava lado a lado com Lando e, neste caso, é necessário deixar uma distância de um carro entre ele e o limite da pista", explicou o diretor de prova, Michael Masi. "E o mesmo aconteceu quando era Checo se defendendo de Charles tanto na saída da curva 4, quanto da 6. Ou seja, em todas essas circunstâncias, o entendimento dos comissários é de que o piloto que estava defendendo tinha que deixar espaço para o outro porque eles já estavam lado a lado."
A regra da Fórmula 1 é bem simples: se um piloto está com alguma parte significativa do carro ao lado do outro, ele tem de deixar o espaço de um carro entre seu carro e a linha branca que delimita a pista. E isso não foi feito em nenhum dos casos em que houve punição.
No passado, os comissários foram mais lenientes com esse tipo de lance na Áustria: nas voltas finais em 2019, por exemplo, Verstappen passou Leclerc em situação parecida às que renderam punições em 2021, mas nada aconteceu. Leclerc deu o troco na corrida seguinte, na Inglaterra, e isso gerou uma cobrança por parte dos pilotos para que os comissários fossem mais consistentes.
Masi, inclusive, disse que não houve nenhum questionamento durante a corrida, por parte das equipes, sobre nenhuma das investigações. Apenas Red Bull e Ferrari pedindo para os incidentes que resultaram em punições serem investigados.
Outro piloto que foi punido duas vezes foi Yuki Tsunoda, ambas por cruzar a linha de entrada nos boxes antes de suas paradas. "Cabe à equipe instruir o piloto sobre essa questão da linha. Mas o mesmo aconteceu na segunda parada. Cabe ao piloto e à equipe assumirem a responsabilidade", disse Masi.
Punições continuaram após o fim da prova
Na última volta, Kimi Raikkonen teve um toque com Sebastian Vettel. O finlandês vinha reclamando do piloto que estava a sua frente, George Russell, que estaria movimentando o volante já no ponto de freada, o que não é permitido. No entanto, os comissários não concordaram com o veterano e o puniram pela colisão com Vettel.
Esse acidente gerou uma bandeira amarela dupla na última volta, e os comissários investigaram oito pilotos por não terem tirado o pé de maneira suficiente. A regra, neste caso, diz que o piloto precisa diminuir a velocidade "e estar preparado para parar o carro". Depois de analisar a telemetria de cada piloto, eles decidiram punir Nicholas Latifi e Nikita Mazepin.
Nos casos destas punições que ocorrem depois do fim da corrida, é somada uma quantidade determinada de tempo no resultado final de cada um (20s para Raikkonen e 30s para Latifi e Mazepin), o que não faz tanta diferença já que os três já estavam fora da zona de pontuação. No entanto, eles recebem pontos, que funcionam como uma carteira de motorista: se o piloto atinge 12 em um período de 12 meses, é suspenso por uma corrida.
Com os pontos de punição que levou no último domingo, Norris vai chegar à próxima etapa, em Silverstone, com oito pontos. Latifi e Raikkonen agora têm seis e Mazepin tem cinco.
Masi comentou ainda sobre outro incidente, quando Sebastian Vettel atrapalhou Fernando Alonso na classificação e perdeu três posições no grid. A pena foi questionada porque havia uma fila de carros lentos e Vettel era o último deles. A justificativa do diretor de prova foi que a infração foi tão grave que ele, inicialmente, seria punido de maneira mais dura, mas os comissários levaram em consideração as circunstâncias em que o lance ocorreu.
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