Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Como novo formato da F1 contribuiu para disputa agressiva entre Max e Lewis
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O sprint, uma corrida curta para formar o grid de largada na Fórmula 1, fez sua estreia no GP da Grã-Bretanha neste fim de semana e dividiu opiniões - enquanto alguns pilotos comemoraram ter mais tempo de corrida em si, outros disseram preferir ter mais tempo para se preparar, pois o novo formato significou que todos tiveram apenas uma hora de pista para acertar seus carros. Mas a novidade também gerou um subproduto inesperado: foi fundamental para uma primeira volta agressiva que acabou em acidente entre rivais na disputa pelo campeonato, Max Verstappen, que acabou levando a pior, e Lewis Hamilton, vencedor da prova.
A história dessa disputa, na verdade, começou no sábado: Hamilton largou em primeiro, mas foi superado por Verstappen logo nos metros iniciais, tendo largado melhor. O inglês tentou pressionar o rival na primeira volta, sem sucesso, incluindo uma tentativa por fora na curva Copse, no trecho mais rápido do circuito. Ali, ele resolveu recolher o carro, e depois teve dificuldade em pressionar Verstappen, pois rapidamente começou a sofrer com os pneus, cuja tendência é ao superaquecimento quando se segue um carro de perto.
No final, Verstappen terminou em primeiro e, assim, largaria na pole no GP no domingo. Ele já sabia que sua preocupação seria em relação à velocidade de reta de Hamilton, principalmente no início da corrida, antes que eles entrassem na fase de administração dos pneus. "Nós fomos mais rápidos nas curvas, mas perdemos um pouco nas retas, o que dificultou minha defesa na primeira volta, mas depois foi uma questão de administrar o ritmo até o final."
A leitura de Hamilton era semelhante: "Se eu tivesse conseguido ficar na frente na largada, poderia ter ficado lá. Mas, assim que você fica atrás de uma Red Bull, é o fim."
Por que Hamilton atacou na Copse?
Além da compreensão de ambos de que a primeira volta seria fundamental no domingo, havia outro detalhe importante aprendido no sprint: o motor Honda estava configurado para recuperar energia na curva Woodcote, logo antes da reta Wellington, que precede a curva Copse.
Isso significa que a Red Bull perdia velocidade neste trecho durante a recuperação, que é sempre um drama em Silverstone devido às poucas freadas fortes, então a Mercedes entendeu que, naquele trecho, eles poderiam estar mais expostos.
Aí chega a largada do domingo, Verstappen mantém a ponta e Hamilton começa um ataque tão agressivo que seu companheiro Valtteri Bottas disse depois ter pressentido que era melhor ficar longe "porque dava para ver que aquilo não iria acabar bem": o inglês sabia que precisava passar o quanto antes, e Verstappen sabia que, se conseguisse resistir, estava com meio caminho andado para mais uma vitória e para atingir pelo menos 40 pontos de vantagem no campeonato.
Até que eles chegam na Woodcote, o motor Honda perde potência e Hamilton está na cola, pegando o vácuo na reta Wellington. Desta vez, ele finge que vai atacar novamente por fora e mergulha por dentro. Com o direito de fazer sua tomada de curva porque está na frente, Verstappen vira esperando que o rival recue como no sábado, mas, desta vez, ele não o faz e os pneus se tocam, jogando a Red Bull com violência para o muro. Hamilton segue na pista e só não abandona a prova, segundo a Mercedes, porque a corrida foi paralisada com uma bandeira vermelha e ele pôde fazer reparos em seu carro.
Hamilton foi considerado predominantemente culpado pelo acidente pelos comissários e foi punido, mas venceu a corrida mesmo assim, sem seu principal rival pelo caminho, e a diferença entre os dois caiu de 33 para oito pontos.
O novo formato vai voltar no GP da Itália, no início de setembro. Até lá, a F1 ainda terá três etapas - Hungria, dia 1º de agosto, Bélgica e Holanda. O sprint deve retornar em uma das corridas da parte final da temporada, provavelmente no Brasil.
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