Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Aos 40, Alonso impressiona engenheiros e está perto de novo contrato na F1
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Se houve um piloto que abraçou a novidade do formato que a F1 estreou no GP da Grã-Bretanha e partiu para cima no sprint no sábado foi aquele que, nesta quinta-feira, entra para o time dos quarentões: pode ter demorado algumas corridas para Fernando Alonso mostrar o que pode fazer em seu retorno à categoria após dois anos afastado, mas o piloto deu a volta por cima e se adaptou até melhor que outros que apenas trocaram de equipe em 2021.
"Acho que Fernando já calou de uma vez todos os que duvidavam que seu retorno seria um sucesso", disse o chefe da Alpine, equipe do espanhol, Marcin Budkowski. "Ele é veloz e a leitura de corrida é uma das melhores, como vimos em Silverstone. E ele certamente vai continuar melhorando ao longo da temporada."
O piloto costuma brincar com a questão da idade dizendo que só percebe a diferença em relação à maioria de seus colegas de pista quando faz citações de filmes e programas de TV que eles não conhecem. Só Kimi Raikkonen, que faz 42 em outubro, é mais velho que ele no grid atual, que tem entre suas estrelas pilotos como Max Verstappen e Charles Leclerc, que estão com 23 anos, e Lando Norris, com 21.
O sucesso do retorno é mais uma prova do poder de adaptação que tanto marcou a carreira do espanhol dentro das pistas e que tem deixado os engenheiros da Alpine impressionados. Alonso tem um estilo de pilotagem muito peculiar, sempre carregando muita velocidade no meio da curva, e isso, pelo menos em teoria, não casaria bem com a construção de 2021 dos pneus Pirelli. De fato, o bicampeão não conseguiu tirar tanto rendimento do carro quanto seu companheiro, Esteban Ocon, nas primeiras provas, mas depois se entendeu com os pneus e vem batendo-o até com facilidade.
É algo que já foi visto em sua carreira quando passou dos pneus Michelin, que eram tidos como perfeitos para seu estilo, para os Bridgestone em 2007 - de quebra, trocando também de equipe, da Renault para a McLaren. Houve quem defendesse que ele jamais conseguiria replicar o estilo com que venceu dois campeonatos e ele teve dificuldade no começo, mas se adaptou ao longo da temporada.
Em 2021, a virada do espanhol começou no GP do Azerbaijão, sexta etapa do campeonato, quando ele foi sexto (o que segue sendo seu melhor resultado no ano porque os favoritos ficaram pelo caminho naquela prova). De lá para cá, Alonso pontuou em todas as etapas, mesmo com um carro que flutua entre quinta e sétima forças, junto de Aston Martin e AlphaTauri.
"Ele está rápido como sempre. Está certamente tirando o máximo do carro", disse o CEO da Alpine, Laurent Rossi, à BBC. "O carro não é incrivelmente rápido, mas ele consegue umas voltas super velozes e se classifica bem."
Até mesmo o piloto reconhece que faltava um pouco nas primeiras provas, lembrando que ele tinha ainda outra preocupação, por ter passado por uma cirurgia na mandíbula em fevereiro após sofrer um acidente de bicicleta enquanto treinava na Suíça.
"Estava preocupado com a minha mandíbula e também com o ombro, no qual eu tive uma pequena lesão. Mas agora estou super em forma, estou 200%."
Sobre o aniversário, o espanhol não pretende fazer muito barulho. "Vamos comer bolo. Tirando isso, será um fim de semana normal. Sinto como se tivesse 25 anos. Então seja qual for o número que está no meu passaporte, não é o que eu sinto."
Um bom presente de aniversário para o bicampeão poderia ser a renovação de seu contrato. Ele assinou no ano passado com a Alpine por um ano, com a opção de renovar por mais um, e, com o time tão contente com suas performances, tudo parece encaminhado para que isso ocorra.
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