Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Como a Red Bull foi de favorita a perseguidora da Mercedes em só 2 semanas
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Quando Max Verstappen alinhou na pole position para o GP da Grã-Bretanha, dia 18 de julho, tudo estava a seu favor: o holandês tinha 33 pontos de vantagem em relação a seu rival Lewis Hamilton, e mostrara na estreia do sprint no sábado que sua Red Bull tinha mais ritmo que a Mercedes. Mas foi na primeira volta da corrida de Silverstone que a temporada começaria a ter uma grande reviravolta.
Não que tenha sido a primeira: quando Hamilton venceu o GP da Espanha e abriu 14 pontos na liderança da tabela após apenas quatro etapas disputadas, com a Mercedes mostrando um ritmo melhor que o da Red Bull em Barcelona, muitos apostavam que seria difícil Verstappen se reerguer, principalmente porque o Circuito da Catalunha costuma mostrar qual é o melhor carro de fato. Mas as provas seguintes seriam em pistas nas quais a Mercedes não costuma ir tão bem, e a Red Bull foi melhorando seu carro e se tornando o time a ser batido.
Isso estava claro em Silverstone, palco da décima etapa e pista em que a Mercedes dominou no passado. Tanto, que Hamilton sabia que teria de atacar na primeira volta, caso contrário Verstappen, em condições normais, venceria a corrida.
Foi quando aconteceu a batida que mexeria com o campeonato, já que Verstappen não pontuou no GP da Grã-Bretanha e Hamilton, mesmo punido pelo acidente, venceu. A diferença caiu de 33 para 8 pontos antes do GP da Hungria, e ainda gerou um prejuízo calculado em 1,8 milhão de dólares, algo importante em um ano no qual os orçamentos estão limitados a 145 milhões.
A Red Bull ainda tentou reutilizar o motor do acidente, mas depois da classificação para o GP da Hungria, ficou claro que ele teria de ser trocado, o que muito provavelmente vai fazer com que Verstappen tenha de sofrer punições na segunda metade da temporada por estourar o limite de três unidades de potência por piloto uma vez que, com a troca, ele já está em sua terceira.
Na Hungria, a Red Bull voltou a ter, a exemplo do ano passado, problemas para configurar seu carro, que não foi páreo para a Mercedes ao longo do final de semana. E, para completar, os dois carros foram tirados de combate por um acidente causado por Valtteri Bottas na primeira curva, com o agravante de o companheiro de Verstappen, Sergio Perez, provavelmente ter perdido seu motor na batida.
Na ocasião, Verstappen chegou a continuar na pista mas, com o carro muito avariado pela batida, não passou de nono, marcando dois pontos, enquanto Hamilton, mesmo com um erro de estratégia no começo da prova, foi o segundo (na pista, eles foram terceiro e décimo, mas ganharam posições com a desclassificação de Sebastian Vettel).
Assim, os 33 pontos de vantagem para Verstappen se tornaram, em duas provas, uma desvantagem de oito, com a possibilidade de sofrer uma punição e perder posições no grid em uma das 12 provas que restam.
Do outro lado, a Mercedes mostrou que melhorou seu carro após a atualização de Silverstone, e tem em Hamilton um piloto que costuma crescer na segunda metade do campeonato. Porém, em um campeonato tão equilibrado e com todos na F1 trabalhando no limite por causa da segunda temporada inchada realizada com as dificuldades da pandemia, o mais provável é que esta reviravolta não seja a última.
"Dá para tirar essa diferença com uma vitória", disse o chefe da Red Bull, Christian Horner, referindo-se aos oito pontos a mais obtidos quando um piloto vence e faz a melhor volta da prova, mesmo que o rival seja segundo. "Tivemos muito azar nas últimas corridas e os danos foram brutais em termos de peças e motores, mas vamos lutar na segunda metade. As coisas podem mudar rapidamente, como vimos, e o campeonato é longo. Vencemos seis provas na primeira parte do ano. Aquelas que não vencemos, como no Azerbaijão, não foi culpa do Max. Silverstone também e Hungria também. Então nossa sorte irá virar."
A Fórmula 1 agora passa por uma pausa de três semanas — sendo que as fábricas ficam praticamente fechadas em duas delas— antes do início da segunda metade do campeonato com o GP da Bélgica, dia 29 de agosto.
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