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Como favoritismo em Monza foi de Hamilton para Verstappen antes mesmo do GP

Valteri Bottas na liderança do sprint do GP de Monza - ANDREJ ISAKOVIC / AFP
Valteri Bottas na liderança do sprint do GP de Monza Imagem: ANDREJ ISAKOVIC / AFP

Colunista do UOL

11/09/2021 14h59

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Max Verstappen chegou em segundo, mas saiu como o grande vencedor da segunda edição do sprint, formato de corrida curta que a Fórmula 1 está testando para determinar o grid de largada da corrida do domingo: com a punição do vencedor desta sábado Valtteri Bottas, que trocou o motor, e a má largada de Lewis Hamilton, que terminou só em quinto, ele vai sair da pole position no GP da Itália, com largada às 10h da manhã pelo horário de Brasília, e ainda ampliou sua vantagem na liderança do campeonato em dois pontos.

Mais do que isso: Verstappen tem a chance de abrir ainda mais na tabela em um circuito no qual a Red Bull chegou imaginando que teria de minimizar os danos, pois a Mercedes era favorita. O carro de Hamilton e Bottas se adapta melhor a pistas em que se corre com menos pressão aerodinâmica, pois a traseira de seu carro menos inclinada que a da Red Bull e, portanto, gera menos resistência ao ar nas longas retas de Monza. Além disso, o motor da Mercedes tem sido melhor, especialmente na parte final das retas, indicando que eles estão conseguindo tirar mais da parte elétrica da unidade de potência híbrida que a Fórmula 1 usa.

Na classificação para o sprint, uma tomada de tempos tradicional, isso ficou claro: Bottas fez o melhor tempo, Hamilton fez o segundo, e Verstappen ficou quase meio segundo atrás. E a confiança da Mercedes era tão grande que a unidade de potência de Bottas foi trocada, mesmo sem necessidade, apenas por uma aposta tática da equipe.

Mas o jogo começou a virar na largada do sprint, quando Hamilton patinou e perdeu posições para Verstappen e as duas McLaren. Ele assumiu a culpa pelo erro. "Apertei mais a embreagem e os pneus patinaram", disse o inglês, que demorou bastante tempo para sair do carro após parar sua Mercedes no parque fechado e subiu até o motorhome da Mercedes sem tirar o capacete, demorando mais de 15 minutos para descer e dar as entrevistas.

Em quinto, Hamilton tinha as duas McLaren a sua frente, com o mesmo motor Mercedes, e com uma estratégia diferente, com pneus macios. Hamilton tinha optado pelos médios, acreditando que eles seriam melhores na parte final da prova. Mas essa diferença acabou não sendo tão grande como o esperado. "A gente se surpreendeu com como aqueles pneus eram rápidos. Vai ser uma vitória fácil para o Max amanhã. Este final de semana é um grande golpe."

O golpe poderia ser menor caso a Mercedes não tivesse optado pela troca da unidade de potência de Bottas, uma vez que o finlandês foi o primeiro no sprint e seria o pole na prova deste domingo. Porém, com a punição, ele larga em último e deixa o caminho livre para Verstappen.

O holandês, que agora tem cinco pontos de vantagem para Hamilton, não concorda com o rival. "Era importante ter uma boa largada e foi isso o que fizemos. Especialmente em um fim de semana em que a Mercedes está tão bem. Mas é claro que os pontos principais serão dados amanhã. Lewis está largando em quarto e Valtteri virá forte lá de trás."

Verstappen terá seu ex-companheiro de equipe, Daniel Ricciardo, ao seu lado na primeira fila do GP da Itália, na melhor posição de largada do australiano desde que ele estava na Red Bull, em 2018. Com Lando Norris em terceiro, esta é a melhor posição de largada da McLaren desde o GP Brasil de 2012, que também marcou a última vitória do time inglês, com Jenson Button.