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Conversas sobre novo motor da F1 avançam, mas qual será status da Red Bull?
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A Fórmula 1 teve uma nova rodada de negociações a respeito da unidade de potência que vai usar nos próximos anos, e surgiu um obstáculo que a categoria, seu órgão regulador (FIA) e as montadoras terão de resolver nas próximas semanas: qual será o status da Red Bull?
Atualmente, o time é um construtor que compra motores fornecidos pela Honda, ou seja, não é uma fornecedora de motores. A partir do ano que vem, eles vão ficar com os motores Honda, cujo desenvolvimento estará congelado, como todos os demais, por força do regulamento. E, paralelamente a isso, a Red Bull estará desenvolvendo justamente este próximo motor que a F1 ainda não decidiu exatamente qual será.
A parte técnica da proposta está bem encaminhada: será uma unidade de potência muito provavelmente com um motor a combustão V6 turbo, usando combustíveis sustentáveis (que já são usados atualmente, mas em uma proporção baixa) e com mais potência vinda da energia elétrica. A categoria chegou a usar algumas provas neste ano para fazer testes com um motor movido a hidrogênio mas, pelo menos para esta próxima unidade de potência, a tecnologia não será adotada.
Na reunião do último domingo, em Monza, outro passo importante foi dado: antes mais irredutíveis, Mercedes e Renault agora aceitam que a parte mais complexa da unidade de potência atual, o MGU-H, que serve para transformar energia calorífica em elétrica e tem aplicabilidade praticamente nula na indústria automobilística, seja retirada na próxima unidade de potência. Mas a contrapartida pedida especialmente pela Mercedes é que as montadoras que entrem sejam obrigadas a se comprometer a longo prazo.
Isso porque não são apenas Mercedes, Renault, Ferrari e Red Bull que estão sentando nas mesas de negociações. Audi e Porsche têm representantes, assim como a Honda, no papel de observadora. Os japoneses, que vinham pedindo o fim do MGU-H há anos, já decidiram sair no final de 2021, mas querem entender qual é o futuro da categoria.
Os entraves, agora, são mais políticos: se a Red Bull for considerada uma nova fornecedora de motores, eles terão regalias, como o direito de fazer mais testes. E é isso que os rivais querem impedir. Outra discussão é em relação ao ano em que a nova unidade de potência será implementada —quem já tem o know-how prefere que isso ocorra já em 2025, enquanto os demais defendem que se espere até 2026, mantendo as atuais unidades congeladas até lá.
A próxima reunião está marcada para daqui a três semanas, e é esperado um anúncio mais completo do que esperar da nova tecnologia da F1 até o final de outubro. É importante para a categoria bater o martelo o quanto antes para tornar-se atraente a novos fornecedores (abrindo, inclusive, a possibilidade de a Red Bull firmar parceria com alguma das marcas do grupo Volkswagen). Um exemplo claro disso é o que ocorreu quando a atual unidade de potência V6 turbo híbrida foi adotada, em 2014.
As conversas começaram no final da primeira década de 2000, e a proposta era que a categoria adotasse um motor V4 a partir de 2013. Mas a Ferrari era contra, e após uma discussão de meses foi decidido, em junho de 2011, que o motor seria o usado atualmente, V6 turbo híbrido e que ele estrearia um ano depois. Com todo o atraso, a Honda, única fornecedora que entrou na F1 de lá para cá, só o fez em 2015, demorando anos (e gastando centenas de milhões de dólares) para conseguir chegar no nível dos demais.
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