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Max e Lewis estão pendurados com motores, mas vivem situações diferentes
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Depois de 14 das 22 etapas disputadas, apenas cinco pontos separam o líder do campeonato da Fórmula 1, Max Verstappen, de seu rival Lewis Hamilton, em uma temporada que já teve tantas reviravoltas que as equipes já sabem que podem esperar de tudo. E que pode ser decidida pela estratégia de uso de unidades de potência daqui até o final do ano.
Tanto Verstappen quanto Hamilton estão no limite de motores permitidos por temporada. Ou seja, se eles trocarem qualquer um dos seis elementos que formam o motor V6 turbo híbrido, vão receber uma punição. Mas a situação dos dois não é tão igual quanto pode parecer.
Verstappen perdeu uma unidade de potência pelo acidente do GP da Grã-Bretanha. Este era um motor que ainda teria algumas corridas pela frente, então a Red Bull entende que, sem ele, não será possível escapar de uma punição daqui até o fim do ano, com a possibilidade, inclusive, disso acontecer já na etapa deste final de semana, na Rússia.
São dois os motivos para tal: Verstappen já terá uma punição de três posições no grid pela batida do GP da Itália, e a Red Bull entende que, na pista de Sochi, a Mercedes é a favorita de qualquer maneira. Então na avaliação do chefe de Verstappen, Christian Horner, sofrer uma punição em Sochi não é um problema tão grande. "Estava vendo os resultados dos últimos GPs na Rússia e em 2018 Max foi de último para primeiro antes da sua parada. Então não é uma desvantagem tão grande."
As punições funcionam da seguinte maneira: quando o piloto usa a quarta unidade de um dos elementos como o motor a combustão ou o MGU-K, por exemplo, ele perde 10 posições no grid. Trocando dois destes elementos ao mesmo tempo, larga do fundo do grid. Como são seis os elementos, geralmente as equipes trocam tudo de uma vez, já que isso não altera a posição de largada.
Hamilton vive o fantasma de 2016
Mas e Hamilton? A situação do inglês é diferente: ele já perdeu um dos motores, como Verstappen, após uma falha nos treinos livres do GP da Holanda, mas ele estava no fim de sua vida útil, ou seja, era um motor que vinha sendo usado apenas às sextas-feiras. "No momento, eu ainda tenho dois motores à disposição. E não há planos, no momento, de usar um motor adicional", disse o próprio Hamilton.
Mas esta não é uma decisão fácil para a Mercedes. As primeiras análises após o acidente de Monza mostraram que o motor de Hamilton não foi danificado, mas o time só terá 100% de certeza quando o usar novamente na Rússia. E, mesmo assim, fazer as últimas oito provas com duas unidades de potência que já não estão novas traz alguns riscos.
O próprio Hamilton sabe disso muito bem, já que sua situação no campeonato de 2016, o único que perdeu de 2014 para cá, se complicou justamente quando seu motor quebrou a poucas voltas do fim do GP da Malásia, quando ele liderava. E também sabe-se que um motor mais rodado vai perdendo potência ao longo de sua vida útil.
"Se você é forçado a abandonar uma corrida, acreditamos que leva quatro provas para recuperar. E essa recuperação é dura, porque você pode ser segundo quatro vezes", disse o chefe de Hamilton, Toto Wolff. As contas são simples: ao abandonar, você pode perder 25 ou 26 pontos para o adversário, caso ele vença. E, vencendo e vendo o rival chegando em segundo, vai descontando apenas sete ou oito pontos por prova. Olhando o retrospecto do campeonato e as corridas que ainda serão realizadas, na verdade é a Red Bull que deve ter vantagem, então para a Mercedes pode valer mais a pena arriscar ir até o final apenas com dois motores do que largar do fundo do pelotão em uma das provas.
Por outro lado, uma briga tão apertada significa que Hamilton terá de usar os modos mais fortes da unidade de potência por mais tempo, e toda vez que ele tiver de fazer isso, desgastará mais seu equipamento e corre mais risco de ter uma quebra.
A F1 está de volta neste fim de semana, com o GP da Rússia, com largada às 9h da manhã do domingo, pelo horário de Brasília.
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